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22.11.2013 - Polo de reciclagem garante dignidade, trabalho e renda para catadores do Jardim Gramacho
“Quero fazer uma pequena reflexão com vocês. Esse é um daqueles momentos que vale a pena viver. O Brasil, como todo país capitalista, foi moldado pra servir as elites. Esta era a lógica do Brasil e enquanto isso a maioria da população estava abandonada, invisível, massacrada e perdendo dignidade. Há dez anos propusemos romper o circulo vicioso contra pobre para transformar em circulo virtuoso e fazer desse companheiro um agente econômico, agente politico, cidadão”, afirmou o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) ao participar na manhã desta sexta-feira (22/11) da inauguração do Polo de Reciclagem em Duque de Caxias (RJ). Exemplo de inclusão socioeconômica dos catadores, o empreendimento é iniciativa dos catadores do antigo lixão de Gramacho e fruto da parceria entre governo federal, estadual e municipal, organização dos catadores, BNDES, Fundação Banco do Brasil e Petrobrás.
“Não aconteceu nenhum milagre” continuou o ministro dirigindo-se aos catadores, “vocês brigaram e não aceitaram mais esta condição. Vocês encontraram barreiras, mas também gente que tem coração e que há muito tempo sonhava em mudar o Brasil e só esta no governo por isso”, disse.
“Faço aqui uma homenagem profunda a luta de vocês e aqueles que vocês encontraram e que podiam ser burocratas empedernidos, mas que dedicam sua vida a esta causa. Esta gente que transforma serviço público em serviço ao povo e não forma de ganhar dinheiro. Estamos dando a oportunidade de estarmos juntos e sermos todos cidadãos. Isso aqui hoje concretiza o sonho da nossa juventude que é poder devolver a dignidade ao povo”, concluiu o ministro.
Participaram da inauguração o secretário-executivo Diogo de Sant’Anna (Secretaria-Geral), o secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, o presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, Tião Santos, representantes do BNDES, Petrobras e Fundação Banco do Brasil, da prefeitura de Duque de Caxias, entre outros.
O Polo de Reciclagem de Jardim Gramacho conta na primeira fase com dois galpões para a coleta, triagem e processamento de resíduos sólidos, beneficiando diretamente 120 catadores. A segunda fase, que pode gerar trabalho e renda para 500 pessoas, prevê a construção de mais oito prédios (creche, unidades de processamento e transformação de resíduos, centro administrativo, unidades de triagem, galpão e área de lazer).
Criado na década de 1970, o lixão era considerado um crime ambiental de grandes proporções, com impactos diretos na Bahia da Guanabara. No entanto, cerca de 1200 catadores tiravam seu sustento dele. Com o anúncio de seu fechamento, os catadores organizados em cooperativas de reciclagem junto com as três esferas de governo - federal, do estado do Rio e prefeitura de Duque de Caxias – trabalharam de forma articulada, em três frentes: inclusão destas pessoas no Cadastro Único do governo federal; organização de polos produtivos regionais; e fomento de cooperativas mais sofisticadas, para que avancem na cadeia produtiva.