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28.03.2013 - Nota do Museu do Índio de esclarecimento aos povos indígenas e à sociedade
A respeito da ocupação das instalações do Museu do Índio/Funai sábado passado, no dia 23 de março, e da manifestação realizada, três dias depois, em frente à instituição, localizada no bairro de Botafogo-RJ, por um grupo dissidente da "Aldeia Maracanã".
A convocatória para ocupação da sede do Museu do Índio foi feita abertamente, por meio das redes sociais, o que causou o ingresso e permanência no espaço da instituição de pessoas não identificadas.
Em defesa do patrimônio público, a Direção do Museu do Índio, juntamente com a Presidência da Funai, acionou a Polícia Federal, a Polícia Militar, o Ministério da Justiça, assim como a Procuradoria Federal Especializada da Funai, o que resultou na desocupação do prédio às sete horas da manhã de domingo, dia 24/03, por determinação judicial.
O mesmo grupo convocou também para a terça-feira, 26/03, uma manifestação nos jardins do Museu do Índio. Apesar de o grupo saber que a instituição estava temporariamente fechada para a realização de inventário patrimonial - providência administrativa obrigatória em face do ocorrido no final de semana -, a manifestação foi mantida e aconteceu na rua em frente à instituição.
Durante a manifestação, a partir das 15h30min, os índios Fulni-ô, funcionários do Museu, passaram a ser agredidos verbalmente.
Causa-nos espécie que o maior acervo etnológico do Brasil, fundamental para os procedimentos de regulamentação e demarcação das Terras Indígenas, tenha ficado fora do controle do Estado pelo período de 14 horas, apesar de todos os esforços feitos pela Direção do Museu e da Presidência da Funai.
É inaceitável a ocorrência de ocupações desta natureza em espaços museológicos, colocando em risco o seu acervo, a integridade física de seus funcionários e os visitantes em qualquer lugar do mundo.
O Museu do Índio repudia as agressões feitas aos Fulni-ô e aos funcionários da instituição, assim como a ameaça ao patrimônio dos povos indígenas, sob a guarda da Funai, que é sobretudo de interesse de toda a humanidade. A Direção entende que a responsabilidade pela segurança do patrimônio etnográfico e documental do Museu é de responsabilidade de todo o Estado brasileiro, além de ser de valor inestimável para os povos indígenas.
Fonte: Funai