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13.12.2012 - Em 90 dias o Compromisso Nacional da Construção será implementado no Comperj
Durante a cerimônia de adesão do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) ao Compromisso Nacional da Construção, realizada nesta terça-feira (11/12) no Rio de Janeiro, o ministro Gilberto Carvalho fez questão de destacar as mudanças nas relações de trabalho do país: “Isso que está acontecendo aqui é sinal de um novo Brasil que começou a acontecer”, afirmou ele aos participantes da solenidade, formada por trabalhadores do Complexo, sindicatos, consórcios e empresas responsáveis pela execução da obra.
Para Gilberto Carvalho, à medida que o acordo vai sendo implementado nas obras do setor da construção aumenta ainda mais a responsabilidade do governo, dos empresários e trabalhadores no sentido de acompanhar e fazer o Compromisso dar certo. ”Hoje é um dia de festa, mas também é um dia de compromisso, é o ponto de partida para essa nova relação que nós vamos ter daqui para frente”, afirmou ele aos trabalhadores e empresários do Complexo. Com o Comperj, já são 22 obras integrando o Compromisso Nacional da Indústria da Construção. No evento, cinco consórcios e duas empresas que trabalham na construção do Comperj firmaram o prazo de 90 dias para implementar o acordo.
Na avaliação do assessor especial da Secretaria-Geral, José Lopez Feijóo, que também discursou na solenidade do Comperj, a representação sindical no canteiro de obras é uma das mais importantes diretrizes previstas no Compromisso Nacional. Segundo ele, ao se comprometerem a instituir uma comissão para receber as demandas dos trabalhadores no local da obra, as empresas estabelecem um processo de diálogo permanente, que vai resultar em um salto de qualidade nas relações de trabalho. “Em vez de o sindicato estar aqui uma ou duas vezes por ano durante a campanha salarial, o seu representante vai estar todos os dias aqui para ouvir os trabalhadores, corrigir os problemas e criar um ambiente de trabalho melhor. É um salto de qualidade na representação sindical, que corrige um defeito histórico da organização sindical brasileira. Pois bem, aqui no Comperj o sindicato vai começar no local de trabalho”, finalizou Feijóo.
O secretário-executivo adjunto do Ministério do Trabalho e Emprego, Fabiano Kempfer, que representou o ministro Brizola Neto no evento, declarou que o maior desafio da pasta é revolucionar o processo de qualificação profissional brasileiro. “Estamos aderindo com muita força ao Pronatec, que está sendo utilizado como carro-chefe para reconstruir e resignificar a qualificação profissional”. Segundo ele, o processo de qualificação precisa estar inserido no canteiro de obras, precisa estar pactuado de forma integral a todo o leque de obras que está em curso no país. “Nossa meta é gerar sinergia entre educação e qualificação profissional. Não é possível falar em qualificação de mão de obra desprezando o processo de educação formal”.
O representante dos trabalhadores, Manoel Vaz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Mobiliário de São Gonçalo e Região (Sinticom), destacou a mudança de postura na relação entre trabalhadores e empresas, “que agora apostam em soluções, em vez de ficarem só apontando os problemas”. Já o representante do setor patronal, Rodolpho Tourinho, do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), disse que para as empresas a implementação do Compromisso Nacional “é uma ousadia consciente. É um ato pensado, planejado, porque nós entendemos que vivemos um momento diferente no Brasil, um momento em que temos um grande crescimento pela frente e temos que colaborar. A iniciativa privada terá que estar junto com o governo federal para buscar o desenvolvimento do país.”