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11.12.2012 - Informe nº 1 – Operação de desintrusão da TI Marãiwatsédé (MT)
Prossegue, nesta terça-feira (11/12), o processo de desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé, do povo Xavante, localizada no estado de Mato Grosso. A equipe, que cumpre a decisão judicial de retirada dos ocupantes não indígenas, é formada por oficiais de justiça, integrantes de órgãos do governo federal, além de equipes das forças de segurança (Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal). Hoje, a previsão é chegar a quatro propriedades, numa região que concentra as maiores extensões de terra ocupadas pelos não índios.
Segundo informações das equipes que estão no local, as barreiras na BR-158 feitas por ocupantes que resistem em deixar a área, na altura do município de Alto Boa Vista, dificultam o deslocamento das forças de segurança, além da forte chuva ocorrida hoje pela manhã. Entretanto, o cronograma de desocupação segue conforme o previsto.
O processo de retirada dos não indígenas teve início ontem, segunda-feira (10/12), quando os oficiais de justiça percorreram duas fazendas da chamada Área 1. Na Fazenda Jordão, de cerca de 4,8 mil hectares, encontraram poucas cabeças de gado e estruturas como curral e galpão. O fazendeiro, que reside em São Paulo, tem até dez dias para desmontar todas as construções e retirar o gado restante. Na outra fazenda, Córrego da Cabaça, havia três casas, duas das quais já estavam desocupadas. Na casa restante, a família se preparava para deixar o local, no momento em que o oficial de justiça chegou.
Neste primeiro dia de ação, integrantes da Força Nacional, Polícia Federal e Polícia Rodoviária foram atacados com pedras por manifestantes contrários a ação de retirada. Os policiais revidaram com gás de efeito moral e balas de borracha. O confronto ocorreu na Fazenda Jordão, a cinco quilômetros do local vistoriado pelos oficiais de justiça, e não impediu o trabalho de desocupação.
No total, 455 pessoas foram notificadas, entre os dias 7 e 17/11, a deixar a TI Marãiwatésé. Para fins de execução da operação, a terra indígena foi dividida em quatro áreas e a retirada dos ocupantes teve início pela região onde se encontram as grandes fazendas (Área 1).
Fonte: Fundação Nacional do Índio – Funai