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20.06.2012 - Regulação da pesca e preservação do alto-mar: recomendações para os oceanos
Terminou na tarde desta terça-feira o décimo e último debate dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. No tópico oceanos, três recomendações serão levadas pela a sociedade civil para as discussões oficiais da Rio+20, sendo elas escolhidas, respectivamente, pelos especialistas da mesa de debate, pela plateia presente ao Pavilhão 5 do Riocentro e por uma votação pela internet. Em geral, elas pedem a preservação dos ecossistemas marinhos, com a criação de reservas marinhas; regulação da pesca; combate a poluição; e uma regulamentação para as áreas de alto-mar.
Os dez especialistas da mesa fizeram uma combinação entre duas propostas: criar uma gestão de pesca baseada no ecossistema, incluindo os pescadores, e desenvolver uma rede global de áreas marinhas protegidas internacionais. Já o publico no Pavilhão 5 escolheu, por meio de votação eletrônica instantânea, “lançar um acordo global para salvar a biodiversidade marinha em alto-mar”, com 36% dos votos. Pela internet, a proposta mais votada foi “Evitar poluição de oceanos por plástico pela educação e comunicação comunitária”.
Durante os debates, o francês Jean-Michel Cousteau, presidente da Ocean Futures Society, ressaltou o fato de que a situação dos oceanos tem se agravado rapidamente nas últimas décadas. O especialista também ressaltou a importância de criar um mecanismo de proteção do alto-mar:
- Sem oceanos não há vida. Quando bebemos água, bebemos um pouco dos oceanos. Há apenas um sistema hídrico. A qualidade da vida é ditada pela qualidade da água. Por isso, apoiamos a proteção dos oceanos, tentando proteger não apenas as regiões costeiras, mas o alto-mar, que é terra de ninguém, onde qualquer pessoa pode fazer o que bem entender.
Já americana Sylvia Earle, fundadora da Mission Blue Foundation, que também fez parte da mesa, ressaltou que a Rio+20 é o local para criação de mecanismos de proteção do alto-mar.
- Pouco mais da metade do planeta que está ali em uma terra de ninguém, este é o momento da história em que poderíamos criar um quadro para criar resoluções para implementar uma proteção dos oceanos abertos – disse Sylvia. - Talvez nunca mais possamos ter outro momento como este. Temos que assegurar a proteção a este sistema natural, os oceanos.
Também estiveram presentes aos debates o rei Carlos Gustavo e a rainha Silvia, da Suécia. No encerramento, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, informou que mais de 12 mil pessoas fizeram sugestões, 62 mil pessoas votaram virtualmente, passando de um milhão de votos.
- A Rio+20 será uma nova referência para a humanidade nos termos do desenvolvimento sustentável como foi a Rio92, há 20 anos. A democracia participativa, em que cada ser humano é chamado a tomar decisão, só este tipo de democracia pode nos levar de fato a encontrar os caminhos adequados para a Humanidade – afirmou Carvalho. - Este método de participação em Conferência das Nações Unidas veio para ficar. Que, daqui para frente, todas as conferências, aprendendo com os e limitações que aqui tivemos, tenham a crescente participação da sociedade civil.
Fonte: Globo.com
Assista o vídeo do último debate dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável
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