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20.06.2012 - Rede de Educação Cidadã presente na Cúpula dos Povos
A Rede de Educação Cidadão promoveu nesta terça-feira (19/6) na Cúpula dos Povos, evento que ocorre paralelo a Rio+20, a Roda de Conversa “Educação Popular e Bem Viver”. Com a participação de mais de 70 educadores de 18 estados brasileiros, a atividade contou com as presenças do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), de Selvino Heck, diretor Departamento de Educação Popular e Mobilização Cidadã (Secretaria-Geral) e da presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco.
“Espero que esta energia que vejo aqui possa continuar dentro do Riocentro”, afirmou Gilberto Carvalho, saudando os participantes. Segundo o ministro, a crise financeira que se alastra pelo mundo mostra a falência de um modelo excludente, que está se esgotando. “E a solução que o Brasil mostra é dar uma injeção de mais democracia, de mais participação da sociedade”, afirmou.
“Precisamos continuar crescendo mais de forma consciente e sustentável e a melhor forma de fazermos isso é com participação popular”, afirmou o ministro. O ministro também ressaltou a necessidade de se repensar o modelo de desenvolvimento e as nossas formas de consumir.
Já a presidente do Consea declarou que o alimento é um direito e deve ser entendido como o Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável”.
Segundo Maria Emília, o
interesse que as indústrias têm no saber indígena e camponês para se apropriarem do conhecimento desses grupos. “As empresas querem patentear esse conhecimento e tornar [o conhecimento] uma propriedade industrial. Esse patenteamento tira o direito dessas populações de usarem suas habilidades”, afirmou Maria Emília. “O documento oficial da Rio+20 fala da importância desse conhecimento tradicional, mas essa valorização se dá em favor do mercado”, ressaltou.
“Falam que não temos o saber científico quando nos posicionamos contra determinadas tecnologias, como os transgênicos. A nossa posição, nesse momento, deve ser de que somos cidadãos e cidadãs e que temos o direito de ser informados, de nos manifestar e exigir que existam explicações e provas de que não há consequências para a saúde humana e para o meio ambiente quando usamos essas inovações”, relatou ela.
Conversa
O evento apresentou experiências concretas como forma de denunciar o modelo de desenvolvimento predatório nos biomas brasileiros e anunciar práticas e aprendizados que apontam para um novo modelo de convivência a partir dos parâmetros de sustentabilidade e respeito à sociobiodiversidade e aos biomas brasileiros.
Durante a Roda de Conversa aconteceram as seguintes atividades: Mística do arrastão que convidou as pessoas interessadas em participar, com música, cirandas, rodas, grafite, boi bumbá e apresentação de experiências que contribuam para a construção de um modo de convivência sustentável nos diversos biomas. As apresentações foram permeadas por poemas e referências à simbologia e à experiência dos biomas da Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa.