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13.06.2012 - Ministro Gilberto Carvalho recebe delegações sindicais de vários países que participam da Rio+20
Sindicalistas de todo o mundo estão reunidos na capital fluminense para discutir propostas voltadas para o desenvolvimento sustentável que serão apresentadas à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, participou do encontro ontem (12/06) e recepcionou os sindicalistas em nome da presidenta Dilma Rousseff. "Nós estamos fazendo todo o esforço da parte do governo brasileiro para que a Conferência Rio+20 tenha as condições possíveis de logística e infraestrutura, mas também do ponto de vista da política, para que o encontro tenha pleno sucesso”, disse Carvalho.
Segundo o ministro, sua expectativa é que a assembléia sindical leve à Rio+20 uma série de propostas que auxiliem o governo a encontrar um caminho, particularmente nesse momento de crise internacional. “A conferência ocorre exatamente no momento em que os grandes modelos de desenvolvimento, produção, consumo e distribuição começam a mostrar sua falência. A crise do modelo é exatamente o momento mais adequado para nós propormos alternativas para que vozes se levantem em todas as partes do mundo, propondo um novo modelo do chamado desenvolvimento sustentável”, ressaltou. Essa é a segunda reunião mundial de trabalhadores. A primeira ocorreu em Nairóbi, no Quênia, em 2006. São cerca de 360 entidades sindicais e de mais de 500 delegados de cerca de 100 países.
Ao falar sobre como o governo brasileiro se posicionará na Rio+20, o ministro Gilberto Carvalho disse que o país não aceitará uma proposta de preservação “seletiva”. “Não permitiremos que imponham a obrigação de os países do terceiro mundo preservarem, enquanto aqueles que já destruíram sua natureza não fazem nada.” Ele também afirmou que o Brasil rejeitará qualquer proposta de frear o crescimento brasileiro, ressaltando, porém, que esse crescimento desejado deve ser sustentável, com a utilização de tecnologia, sem esgotar os recursos naturais e com distribuição de renda e inclusão social. Em seu discurso, Carvalho também defendeu a radicalização da democracia e a participação da sociedade brasileira para além do voto. “A relação dos movimentos sociais com o governo deve ser sempre tensa, porque os movimentos devem manter a utopia e cobrar do governo a realização desses sonhos”, explicou.
Para o secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical das Américas (CSA), Rafael Freire Neto, o principal objetivo do encontro é construir um conjunto de propostas que possa levar a um modelo sustentável de desenvolvimento econômico. “Nós necessitamos de trabalho decente, de uma mudança no padrão energético mundial. Nós podemos passar por uma transição que seja mais justa, com o desenvolvimento dos países latino-americanos. Para isso, os países mais ricos têm que pagar um preço maior. Estamos no Rio de Janeiro para apresentar as demandas dos nossos trabalhadores”, disse.
Já o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, considerou que a reunião sindical internacional no Rio de Janeiro é fundamental para mostrar a força do trabalhador na construção de uma agenda de discussões para a Rio+20. “Este encontro mostra a importância do movimento sindical em elaborar um documento conjunto, em nível internacional, para pressionar os governos a assumirem responsabilidades na Rio+20. Para nós esses compromissos tem que passar pela geração de empregos decentes. Não adianta só falar em emprego verde, ou seja, se não forem trabalhos que tenham garantias formais, com todos os direitos para os trabalhadores”, ressaltou.
Ainda de acordo com Artur Henrique, a transição de um modelo de desenvolvimento atual para um outro mais sustentável tem que vir acompanhada de metas e de contrapartidas que governos e empresas devem seguir. “Nós estamos falando da questão da saúde, segurança, acidentes de trabalho, da demanda ambiental, social e isso para nós tem fundamental importância, porque é a vida dos trabalhadores que esta em jogo”, completou.
Com informações da Agência Brasil e do site da CUT