Notícias
21.12.2011 - Gilberto Carvalho reafirma que Usina de Belo Monte é necessária para o Brasil
Durante a reunião, no Palácio do Planalto, em Brasília, os porta-vozes do movimento entregaram ao ministro o abaixo assinado com 1,3 milhão de assinaturas, feitas pela internet, questionando o prosseguimento das obras da usina. Participaram do encontro os ministros Edson Lobão (Minas e Energia) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e dirigentes do Movimento Xingu Vivo e do Movimento Humanos Direitos.
Ao manifestar seu pleno respeito às manifestações dos movimentos sociais, Gilberto Carvalho afirmou que as relações entre governo e sociedade civil devem basear-se na transparência e na verdade. “A construção da usina Belo Monte constava do programa de governo da então candidata Dilma Rousseff e nós consideramos que ela foi referendada pelos seus 55 milhões de eleitores”, ressaltou o ministro. Segundo ele, para além de Belo Monte, há disposição e interesse do Executivo em abrir um canal de diálogo franco com as entidades da sociedade sobre a política energética, um dos pontos da pauta de reivindicações apresentada.
Carvalho convidou as lideranças para participarem do seminário, programado para fevereiro de 2012, que irá reunir sindicalistas, movimentos sociais, Governo Federal, Legislativo e Judiciário para aprofundar o debate sobre o modelo energético brasileiro, a matriz energética e a política estratégica de investimentos no setor.
Edson Lobão afirmou que o aproveitamento energético do Rio Xingu, onde será implantada a Usina de Belo Monte, é discutido há 40 anos pelo Governo Federal e, desde então, o projeto original incorporou diversas alterações e foi aprimorado para aumentar sua eficácia e minimizar seus impactos socioambientais. Ele reiterou que a usina será a fio d’água, resultando em um reservatório e áreas inundadas bem menores. “Será um dos menores reservatórios do mundo”, garantiu o ministro, lembrando que nenhuma terra indígena será inundada. “A aldeia mais próxima está a mais de 30 quilômetros de distância do reservatório”, conclui. O ministro garantiu que a energia hidrelétrica é limpa, ao contrário daquela gerada por carvão, diesel ou a energia nuclear e irá beneficiar os 191 milhões de brasileiros
A ministra do Meio Ambiente afirmou que não há dificuldade em abrir o diálogo sobre o licenciamento de Belo Monte, “que foi um processo absolutamente técnico”. De acordo com Izabella Teixeira, os impactos ambientais da usina foram avaliados pelo Ibama e aqueles referentes à segurança hídrica pela Agência Nacional de Águas – ANA, que aprovaram o licenciamento. Os representantes do Movimento Gota D’Água agradeceram ao ministro pela realização da audiência, manifestaram sua disposição de participar do seminário em fevereiro e reivindicaram a realização de novas audiências, no próximo ano, para tratar de ameaças a vida de lideranças indígenas e extrativistas no Pará e a nomeação dos representantes da sociedade civil no Conselho Nacional de Política Energética.