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29.07.2011 - Brasil debate juventude na política internacional e firma termo de cooperação
Representado pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, o Brasil assinou um termo de cooperação voltado para política de juventude com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). O acordo foi firmado no Encontro de Alto Nível das Nações Unidas sobre a Juventude, que teve como tema “Juventude: diálogo e compreensão mútua”, realizado em Nova York, nos dias 25 e 26 de julho, como parte das atividades do Ano Internacional da Juventude.
O termo prevê a cooperação horizontal do Brasil com outros países intermediado pelo UNFPA para implementação, avaliação e transferência de tecnologias sociais de políticas de juventude. O objetivo é promover a replicabilidade de boas práticas no eixo sul-sul. O propósito é contribuir, de maneira efetiva, para a adoção de legislação e normas em promoção aos direitos dos jovens; a promoção de políticas que dêem especial atenção a setores da população jovem em situação de vulnerabilidade; formação de quadros técnicos relacionados ao tema; capacitação de jovens lideranças; realização de pesquisas e estudos voltados para o aperfeiçoamento de políticas e programas para o segmento, entre outras.
Na ocasião, Severine Macedo, falou sobre a política de juventude do governo brasileiro, na qual o jovem é percebido como agente estratégico para o desenvolvimento sustentável e solidário. A secretária lembrou que, nos últimos anos, o Brasil ampliou sua atuação no cenário internacional e, hoje, está presente nos principais foros internacionais relacionados ao tema, sobretudo na América Latina. O evento contou com a participação do presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Gabriel Medina, da embaixadora Maria Luiza Viotti, representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, do diretor-executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin, e do consultor do fundo, Benício Vieiro Schmidt. Leia a íntegra do do discurso da secretária Severine Macedo na abertura do Encontro.
"Bom dia, senhoras e senhores, representantes permanentes junto à Organização das Nações Unidas, ilustres delegados. Gostaria de agradecer a presença da Embaixadora Maria Luisa Viotti, representante permanente do Brasil junto a esta organização, e a presença do Diretor-Executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin. E faço uma saudação especial aos jovens aqui presentes e aqueles que, mesmo à distância, acompanham esta importante reunião.
É com satisfação que participamos deste encontro. O Brasil, que vive um virtuoso crescimento, acredita que a consolidação do desenvolvimento econômico, social e ambiental é indissociável das políticas públicas de juventude. Neste contexto, o reconhecimento da diversidade da juventude é um valor inegociável. Somos jovens da cidade e do campo, que é a minha origem; somos jovens negros, indígenas, brancos e asiáticos; somos jovens mulheres e homens; somos jovens gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e heterossexuais; somos jovens com e sem deficiência; somos jovens de diferentes classes sociais, cujas desigualdades diminuem a cada ano; somos jovens com diferentes origens e experiências culturais; somos jovens dos mais diversos ritmos, artes, cores e produções artísticas; somos jovens que promovem a cidadania dos nossos territórios, mas que estamos no mundo por meio das redes sociais.
Somos a primeira geração de jovens do século XXI. Mas, sobretudo, somos jovens que vivemos em paz e que construímos um país que se desenvolve em bases democráticas. No Brasil, com cerca de 190 milhões de pessoas, somos 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos. Esse bônus demográfico é capaz de aumentar a produção, a renda per capita, a capacidade de poupança, o investimento e ampliar a rede de proteção social, expandindo a inclusão produtiva e a garantia de direitos.
Com a Presidenta Dilma, a primeira mulher a ocupar o mais alto cargo do poder executivo, o Brasil tem a tarefa de consolidar o legado do ex-presidente Lula, de crescimento com distribuição de renda. Agora, o nosso foco é erradicar a miséria. Para nós, país rico é um país sem pobreza. E para alcançar este objetivo, investir na juventude é condição fundamental.
O Ano Internacional da Juventude tem demonstrado que o segmento merece maior destaque na agenda multilateral. O ano está chegando ao fim, mas sabemos que os desafios estão renovados. A pauta internacional deve incorporar o jovem, tanto com políticas especificas como com a inclusão transversal do tema em outros âmbitos. Nesse sentido, o Brasil tem buscado dar a sua contribuição por meio de projetos de Cooperação Sul-Sul.
Por fim, reiteramos a importância dos jovens como sujeitos de direitos e estratégicos para o desenvolvimento sustentável e solidário. É fundamental investir na promoção do trabalho decente, na educação em todos os níveis e no enfrentamento à violência. Por outro lado, precisamos também avançar no direito à participação, à mobilidade, às políticas afirmativas, ao lazer, à cultura, ao território, à experimentação, à qualidade de vida, à diversidade e à vida segura.
Queremos e estamos trabalhando para construir um mundo melhor e mais justo para todas e todos e, por isso, é tão fundamental investir na juventude, especialmente nos países em desenvolvimento. E este mundo melhor e mais justo será realidade quando tivermos as garantias de que a transição geracional será baseada na emancipação da juventude e quando o jovem tiver autonomia para construir as suas próprias trajetórias.
Muito obrigada"