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06.05.2011 - Sociedade civil debate posição brasileira sobre G-20 com integrantes do governo
Temas relacionadas ao G-20 e a posição brasileira no âmbito daquele Fórum, principalmente aqueles relacionados à volatilidade dos preços de alimentos e à soberania e segurança alimentar, foram os eixos centrais da reunião realizada nesta quinta-feira (5) com a participação de representantes do Governo Federal e de organizações sociais. A iniciativa é da Secretaria-Geral da Presidência da República que, a partir de agora, estabeleceu um canal de diálogo entre entidades da sociedade e governo com o objetivo de debater a posição do Brasil no cenário internacional. A próxima reunião está marcada para o início de julho.
O diretor de Participação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Pedro Pontual, falou da importância do encontro pelo fato de inserir a sociedade civil no debate das questões econômicas. “Avançamos bastante na política de participação, mas ainda faltava que a sociedade civil pudesse incidir e dialogar nos assuntos de política econômica”, disse. De acordo com Pontual, esse novo diálogo vai requerer aprendizados, tanto da sociedade civil quanto da parte do governo. “Desse diálogo, poderemos chegar a um resultado importante, que possibilite que a representação da sociedade civil se torne uma dinâmica e uma proposição do G-20 de forma geral, assim como já acontece com o Mercosul”, ressaltou. Pedro Pontual reiterou a posição do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, de que essas instâncias de diálogo só são produtivas caso tenham uma agenda permanente de debate.
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Bicalho Cozendey, fez uma breve apresentação sobre o funcionamento e a estrutura do G-20. O diretor do Departamento Financeiro do Ministério das Relações Exteriores, ministro Luís Antonio Balduino Carneiro, falou sobre temas do chamado "G-20 agrícola". Pelo governo também participaram representantes dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Rosane Bertottli, da Rede Brasileira pela Integração dos Povos - REBRIB apresentou as sugestões das entidades para o posicionamento do governo brasileiro face ao G20 que são: o reconhecimento do comitê de segurança alimentar global - CSA como o orgão das Nações Unidas para orientar tomadas de decisão relativas a segurança alimentar; o reconhecimento dos impactos da excessiva especulação no mercado de commodities na escalada dos preços dos alimentos; fortalecimento e estímulo a politicas nacionais de estoques de alimentos e garantia dde que as promessas de doações para os fundos de combate a pobreza e a fome sejam cumpridas.
A sociedade civil contou com representantes das seguintes organizações sociais: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (Rebrip), Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cdes), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), Via Campesina, Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), Rede Brasil e Confederação Sindical das Américas (CSA) e Visão Mundial.