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22.01.2010 - Secretaria Nacional de Juventude apoia publicação sobre perfil da juventude brasileira
De acordo com a publicação, a População em Idade Ativa (segundo o IBGE, com idade acima de 10 anos) continuará crescendo nas próximas décadas, passando de 53 milhões de pessoas (2006) para 56,6 milhões (2030). Por outro lado, a participação de jovens de 15 a 24 anos nesse universo cairá de 21,5% para 14,3%, reduzindo a pressão pela abertura de novas vagas para recém ingressos no mercado de trabalho. Hoje são necessários 1 milhão e 500 mil novos postos de trabalho todos os anos para absorver os jovens que buscam o primeiro emprego.
A menor proporção de jovens na população ativa resulta, entre outros fatores, da redução projetada de 18,3% no total de jovens da população brasileira até 2030. Essa queda deverá ser mais expressiva nas regiões metropolitanas de Brasília e Goiânia: a expectativa é que a redução percentual de jovens entre 2006 e 2020 na capital do país seja de 30% e em Goiânia de 31,2%.
No que diz respeito à educação, o cenário mais otimista sugere que o número de jovens analfabetos entre 15 e 24 anos em regiões metropolitanas (aproximadamente 133 mil em 2006) poderá cair entre 28% e 83,5% até 2030, resultando em uma taxa de analfabetismo praticamente nula. Outros indicadores educacionais também sugerem resultados positivos, com expectativa de maior igualdade de gêneros no mercado de trabalho, em consequência da maior escolarização das mulheres, que já ocorre atualmente.
De acordo com o livro, a análise do contexto atual indica que os jovens, parcela da população brasileira formada por 34,7 milhões de pessoas (IBGE, 2006), necessitam de políticas públicas específicas e contínuas. Se, por um lado, estão mais providos de meios de acesso ao sistema de saúde, por outro encontram-se mais vulneráveis e expostos à gravidez precoce e à infecção pelo HIV/AIDS. O mesmo ocorre na educação, onde o acesso à universidade aumentou, mas em nível ainda insuficiente, beneficiando menos da metade da população jovem potencial.
Apesar do envelhecimento da população, tendência mundialmente observada, o mundo ainda conta com um enorme potencial de jovens: aproximadamente mais de um bilhão de pessoas entre 15 e 24 anos, a maior geração jovem da história da humanidade. A publicação aponta essa “oportunidade de mudança e defende ações voltadas para os jovens para que as expectativas pessoais e sociais dessa parcela da população sejam concretizadas. De acordo com r epresentante auxiliar do UNFPA, Taís de Freitas Santos, “o livro tem como objetivo principal subsidiar a formulação de políticas e ações voltadas para a juventude.
Para o secretário nacional de Juventude, Beto Cury, o maior desafio do atual governo foi justamente mostrar que a juventude é um segmento social, dando aos jovens um lugar de destaque na agenda das políticas públicas. Na sua opinião, o país registrou avanços significativos nos últimos anos, a começar pela criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude, em 2005. Apesar dos programas e ações voltados para o segmento, o secretário reconhece que ainda há muitos desafios pela frente, entre eles, o de consolidar a poítica nacional de Juventude em uma política de Estado, que seja perene e não se submeta à maior ou menor sensibilidade dos governantes para o tema. O secretário ressalta, ainda, que os estudos do UNFPA consideram a faixa etária de 15 a 24 anos, seguindo um recorte da ONU, enquanto no Brasil a politica nacional de juventude atua com a faixa etária de 15 a 29 anos.
Pesquisa Ipea aponta dificuldades e avanços nas políticas juvenis
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou, no dia 19 de janeiro, em Brasília, o livro "Juventude e Políticas Sociais no Brasil", que traz uma análise das políticas públicas voltadas para os jovens. O secretário Beto Cury participou do lançamento, ao lado do presidente do Instituto, Marcio Pochmann, que ressaltou o atraso do Brasil em relação às políticas juvenis. "As políticas para a juventude chegaram tarde no Brrasil. Somente com a chegada da sociedade urbana e industrial é que a temática ganhou dimensão", disse Pochmann.
Ao comentar a relevância da publicação, Beto Cury reconheceu que o país entrou tardiamente nessa área, mas o fez de forma determinada. "Temos tentado fazer uma combinação de políticas públicas estruturantes com programas específicos, que se complementam. Por exemplo, ao mesmo tempo em que o governo investe fortemente na ampliação das universidades públicas, ele mantém o Prouni, que concede bolsas em universidades particulares, que beneficiam prioritariamente os jovens até 29 anos. Cury ressaltou também a importância de publicações, como a do Ipea e do UNFPA, que, segundo ele, servem de referência, apontando os avanços, as imprecisões e os desafios que devem ser superados pelos gestores públicos.
Serviço:
Lançamento do livro “A juventude brasileira no contexto atual e em cenário futuro.
Data: 22 de janeiro de 2010
Hora: 15h
Local: Auditório do CDT - Edifício CDT - Campus Universitário Darcy Ribeiro (UnB) - Brasília - DF
Maiores informações: UNFPA - (61) 3038-9259 / (61) 3038-9246