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19.01.2010 - Ipea lança livro sobre as políticas públicas para a juventude no Brasil
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta terça-feira (19/1) o livro Juventude e Políticas Sociais no Brasil, que aborda a inserção dessa temática no âmbito das políticas sociais. O secretário nacional de Juventude, Beto Cury, participou do evento, junto com a doutora Leila Chalub Martins, professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e coordenadora do Observatório da Juventude do Distrito Federal; do presidente do Ipea, Marcio Pochmann; e do diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto, Jorge Abrahão de Castro.
O livro parte de uma série de análises já conduzidas pelo Ipea e que foram atualizadas e aprofundadas para a publicação. O primeiro capítulo apresenta uma análise dos avanços e das dificuldades da recente Política Nacional de Juventude, implementada a partir de 2004. O segundo capítulo analisa algumas características demográficas dos jovens brasileiros e os dez capítulos seguintes avaliam as ações do governo federal voltadas para os jovens nas áreas de educação, trabalho, saúde, assistência social, cultura e segurança pública, entre outras.
Para o presidente do Ipea, Márcio Pochman, o Brasil "chegou tarde" do ponto de vista das políticas juvenis. “Mesmo com a Constituição de 1988, o tema da criança e do adolescente ganhou mais importância. Há uma série de êxitos nas políticas para esse segmento, no entanto, a inserção dos jovens nas políticas públicas é algo muito recente . O secretário nacional de Juventude, Beto Cury, ressalta que embora tardiamente, o país entrou forte nessa questão e já obteve muitos avanços nos últimos anos, embora ainda tenha uma longa trajetória pela frente até consolidar a política nacional de juventude em uma política de Estado.
Essa opinião é compartilhada pelo diretor Jorge Abrahão, que acredita que a "institucionalização" das políticas juvenis já trouxe importantes melhorias para os jovens, citando como pontos importantes a criação, em 2005, da Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, e do Conselho Nacional de Juventude.
O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, ressalta, ainda, que falta coordenação e articulação entre as diversas políticas públicas voltadas para a juventude. “Temos programas em diferentes ministérios no governo federal e diversas políticas em âmbito estadual e municipal. Sem uma coordenação, a capacidade de ser eficiente e reduzir custos fica comprometida.
Alguns dados da pesquisa
A pesquisa “Juventude e Políticas Sociais no Brasil mostra que a parcela dos jovens de 15 a 19 anos que só participam do mercado de trabalho caiu entre 1982 e 2007. Já a parcela dos que só estudam ou estudam e participam do mercado de trabalho cresceu.
Em 1982 eram 27% dos jovens que só estudavam, enquanto 16% estudavam e participavam do mercado de trabalho; outros 40% só participavam do mercado de trabalho. Já em 2007, 41,3% dos jovens de 15 a 19 anos só estudavam, enquanto 25,9% estudavam e participavam do mercado de trabalho; a parcela dos que só participam do mercado de trabalho caiu a 21,6%. A pesquisa considera como participantes do mercado de trabalho aqueles que trabalham ou procuram emprego.
Na faixa etária de 20 a 24 anos a maioria dos jovens só participava do mercado de trabalho em 2007: 58,5%, ante 59,3% em 1982. Mas aumentou a proporção dos que só estudam (de 5,7% para 7,8%) e dos que estudam e trabalham (10% para 17,4%). Esse movimento é explicado pela queda dos que nem estudavam nem participavam do mercado de trabalho (de 25,1% em 1982 para 16,3% em 2007).
Qualidade do trabalho
Entre os jovens que trabalham, a qualidade das vagas conseguidas varia muito, conforme destaca o Ipea. Dos 18 aos 24 anos, a maioria das vagas possui carteira assinada. A proporção de jovens dessa idade que trabalha em vagas formais aumentou de 38,2% em 1996 para 41,7% em 2007, enquanto caíram as proporções de jovens sem carteira assinada, que trabalham por conta própria e não-remunerados.
Clique no link abaixo para acessar a íntegra da pesquisa
http://www.ipea.gov.br/default.jsp