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Ação promovida por Conselhão, MIR e BB entrega proposta de ações antirracistas para o Estado brasileiro
Conclusão do curso foi realizada na sede do Banco do Brasil, em Brasília. Foto: ASCOM/SRI
Criada para servidores públicos da administração direta federal e para funcionários do Banco do Brasil, a turma especial do curso Estudos Afro-Latino-Americanos, oferecido pela Universidade de Harvard, teve a conclusão dos seus trabalhos nesta quarta-feira (30), em Brasília, na sede do Banco do Brasil.
Promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, o Ministério da Igualdade Racial e o Banco do Brasil, o curso teve por finalidade capacitar servidores públicos no avanço da pauta de combate ao racismo e na direção da redução das desigualdades.
Temos que seguir nesse movimento junto ao MIR e ao Banco do Brasil, mantendo os esforços no Conselhão para poder realizar esse debate junto à sociedade e ao Congresso Nacional" Alexandre Padilha
O ministro-chefe das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, enviou uma saudação aos formandos. “É um momento muito importante para todos nós a conclusão desse curso, após seis meses em que pudemos acompanhar desde o pontapé inicial. Com um conteúdo e uma proposta que tem que ser cada vez mais acolhidas pelo governo federal. Temos que seguir nesse movimento junto ao MIR e ao Banco do Brasil, mantendo os esforços no Conselhão para poder realizar esse debate junto à sociedade e ao Congresso Nacional”, ressaltou.
A secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo do Ministério da Igualdade Racial, Márcia Lima, “A construção de um projeto como esse não envolve apenas as nossas obrigações técnicas, envolve muita dedicação e acreditar muito no que a gente está fazendo. São trocas de experiências e ideias que empolgam a todos envolvidos. Este governo não pode falar de racismo e desigualdade se não olhar para dentro. Para pautar mudanças estruturais na sociedade, a gente precisa entender profundamente a questão para respaldar uma cobrança efetiva”, reforçou Márcia.
O secretário-executivo do Conselhão, Paulo Pereira, falou com entusiasmo da iniciativa e salientou o papel do Banco do Brasil. “É a realização de um sonho, você pensar que um Estado que foi constituído essencialmente para explorar os corpos de negros, negras, indígenas e tantas outras pessoas que foram submetidas ao trabalho forçado e a diversas formas de opressão, esse mesmo Estado pode ter o maior banco do país presidido por uma mulher negra, que coloca a sua burocracia a serviço da igualdade, da inclusão e da construção de um país mais justo”.
Os agentes públicos formandos elaboraram um documento com quarenta propostas de iniciativas antirracistas para o Estado brasileiro. As proposições, que disseminam o letramento racial e promovem ações mitigadoras da desigualdade, serão entregues ao presidente Lula e seus ministérios.
Concluinte do curso e secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, abordou o escopo de sua proposta. “Meu trabalho de conclusão teve como propósito acelerar os direitos culturais por parte das comunidades quilombolas. Esse diagnóstico vai servir para subsidiar um acordo de cooperação com a Fundação Palmares já para o Novembro Negro”.
Com uma proposta também direcionada a comunidades quilombolas, o também concluinte do curso e assessor do Banco do Brasil, Richard Onofre, elaborou uma proposta que converge com os serviços oferecidos pela instituição financeira. “Meu projeto se debruçou sobre a elaboração de uma nova forma de capitação de recursos voltada para quilombos. Dentro de uma linha de crédito oferecida pelo Governo Federal, que é o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO, criamos um recorte direcionado para comunidades quilombolas”, finalizou.