Algumas curiosidades e fatos históricos relacionados ao comércio exterior no Brasil
2001 – 2007
2001
Implementação da Zona euro (2 de janeiro).
Início do Governo de George W. Bush nos Estados Unidos (20 de janeiro).
Celso Lafer assume Ministério das Relações Exteriores (29 de janeiro).
Embargo à carne brasileira (fevereiro). Canadá, Estados Unidos e México suspendem as importações de carne bovina brasileira, com a alegação de que estaria contaminada pela doença da vaca louca. O embargo é suspenso após técnicos canadenses constatarem que as acusações eram infundadas.
Plataforma da Petrobras afunda (15 de março). Explosões afundam a estrutura da maior plataforma da Petrobras e causam enorme prejuízo para a empresa.
Crise energética. Decreto nº. 3818 de 15.5.2001, publicado no DOU de 16.5.2001 (16 de maio). Por meio do decreto o Governo Federal “Dispõe sobre medidas emergenciais de redução do consumo de energia no âmbito da Administração Federal.”
Brasil contabiliza focos de febre aftosa (junho). Afeta diretamente a economia de alguns estados brasileiros e o frigorífico Mercosul paralisa temporariamente suas atividades.
Sobrevalorização do dólar (junho). O real tem desvalorização de cerca de 20% no ano.
“Apagão elétrico”. Racionamento na distribuição de energia elétrica (julho). Primeiro adotam-se medidas de incentivo ao consumidor para que economize no uso de energia; depois, instala-se o racionamento a partir do segundo semestre do ano de 2001 até fevereiro de 2002. O governo impõe redução de energia em 20% para todos os consumidores. O racionamento de energia elétrica tem forte impacto econômico, pois a indústria é obrigada a produzir menos para cumprir as metas do racionamento de energia. A consequência é a redução do PIB e o aumento do desemprego.
Criação e instalação da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE) do Conselho de Governo (24 de agosto). Criada por meio da Medida Provisória nº. 2.198-5, de 24 de agosto de 2001, publicada no DOU de 27 de agosto de 2001. Outra providência tomada por meio dessa medida é o Programa Estratégico Emergencial de Energia Elétrica.
Criação da Comercialização Brasileira de Energia Emergencial – CEBEE (29 de agosto). Por meio do Decreto 3.900 de 29 de agosto de 2001 e publicado no DOU de 30 de agosto de 2001.
Acordo com Fundo Monetário Internacional (agosto). Governo fecha novo acordo com o FMI, válido até dezembro de 2002. Com o novo programa, o Brasil terá direito a sacar US$ 15 bilhões.
Sérgio Silva do Amaral assume o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (1° de agosto).
Ataque Terrorista ao World Trade Center e a Washington (11 de setembro). Os Estados Unidos da América sofrem o maior atentado terrorista de sua história. O World Trade Center, em Nova York, é destruído quando dois aviões sequestrados atingem as torres gêmeas. Outro avião sequestrado atinge o Pentágono. O líder do grupo terrorista Al-Qaeda, Osama Bin Laden, é considerado o responsável pelo acontecimento. Os ataques abalam fortemente os mercados mundiais, com o estouro da bolha especulativa no mercado de ações.
Início dos ataques ao Afeganistão (7 de outubro). Os EUA e o Reino Unido iniciam ataques aéreos ao Afeganistão, com a alegação de legítima defesa. Política de guerra contra o terrorismo.
Lançamento do Portal do Exportador pelo Ministério do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MDIC (29 de novembro). Surge como uma fonte importante de informações sobre comércio exterior, com assuntos disponibilizados por temas, de fácil consulta.
Aprovação do “fast track” (12 de dezembro). Aprovação de uma legislação que dá amplos poderes à Casa Branca para negociar acordos comerciais com outros países – o que ficou conhecido como “fast track” (via expressa), a Trade Promotion Authority (autoridade para promoção comercial). A legislação permite ao presidente americano negociar acordos de comércio que o Congresso só poderá aprovar ou rejeitar por inteiro, sem fazer alterações. Além disso, impede que leis antidumping dos EUA sejam violadas em novos acordos comerciais. Governo brasileiro afirma que a lei é preocupante para o Brasil.
Regulamentação da lei de informática (dezembro). Redução de até 97% da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Decreto 4.072 restringe o nome cachaça às aguardentes nacionais (dezembro). Estabelece que a palavra “cachaça” é denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38% a 48% em volume a 20 graus Celsius e com características sensoriais peculiares.
Crise da Argentina (dezembro). Com a moeda supervalorizada, os produtos argentinos perdem lugar no mercado mundial e passam por anos consecutivos de recessão. Com um regime cambial fixo atrelado ao dólar, os argentinos são forçados a renegociar suas dívidas e a pedir socorro financeiro ao FMI.
Crise diplomática Brasil e Argentina. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, responsabiliza a desvalorização do Real pela crise Argentina e exige uma política de salvaguardas no Mercosul para compensar as perdas do país. A flutuação do real torna o Brasil mais competitivo e, com isso, o País atrai a maioria dos investimentos estrangeiros. Contudo, o governo brasileiro entende que isso não acarreta impacto na Crise Argentina, muito menos justifica a adoção de uma política de salvaguardas.
Número de empresas exportadoras cresce 6,2%. Cresce 6,2% em relação a 2000, passando de 16.246 para 17.267, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Destaque para o setor agrícola. Aumento das exportações de produtos agrícolas, que passaram de 14 bilhões de dólares, em 2000, para cerca de 18 bilhões, em 2001.
Balança comercial. Exportações de US$ 58.287 milhões e importações de US$ 55.602 milhões. Saldo positivo de US$ 2.685 milhões.
2002
Introdução física do euro com circulação de moedas e notas (1º de janeiro). Como moeda contábil, o euro existe desde 1999.
Sobretaxa dos Estados Unidos de 30% ao aço importado (5 de janeiro). A ação, considerada ilegal pela OMC, tem o objetivo de proteger a indústria local e é imposta a 22 países.
Euro única moeda nos países da União Europeia participantes da Zona Euro; fim do período de transição de coexistência da nova moeda com as moedas nacionais (28 de fevereiro).
Vitória do Brasil no contencioso Embraer X Bombardier (junho). A Organização Mundial do Comércio (OMC) autoriza o Brasil a retaliar o Canadá, por conta dos prejuízos decorrentes dos subsídios canadenses na causa Embraer X Bombardier. No entanto, as sanções não são aplicadas.
Brasil e México fecham acordo comercial para redução tarifária (11 de junho). Acordo prevê redução tarifária para o comércio bilateral de 800 itens, entre eles os produtos do setor automotivo. Aumenta imediatamente a quota de exportação de 50 mil veículos para 140 mil e libera completamente o comércio no setor a partir de 2006.
Gestão da Câmara de Comércio Exterior – GECEX impõe salvaguardas às importações de coco ralado (16 de julho). A importação do produto passa a ser limitada ao máximo de 3.957 toneladas, no primeiro ano, a 4.550 toneladas no quarto e último ano de vigência da medida. Medida para proteger a produção nacional, uma vez que o coco ralado estrangeiro entra no Brasil com preços muito baixos. Estão excluídos das medidas os países membros do Mercosul (Mercado Comum do Sul) e os países em desenvolvimento que vendam, isoladamente, ao Brasil menos de 3% do total importado ou 9% em conjunto.
Representação na OMC contra subsídio do açúcar. O Brasil, em conjunto com a Tailândia e a Austrália, entram com denúncia na OMC contra os subsídios da União Europeia (UE) aos produtores de açúcar. Em agosto, a OMC dá vitória ao Brasil.
Alta cotação do dólar (outubro). A moeda norte-americana atinge a marca dos R$ 4, cotação mais alta da história do Real. O dólar encerrou o ano de 2002 cotado a R$ 3,545, acumulando uma valorização de 53,13% frente ao real.
China e Brasil fazem acordo de cooperação tecnológica (02 de dezembro). O acordo prevê a transferência de tecnologia para produção de álcool e para o desenvolvimento de automóveis movidos a álcool. O acordo busca permitir, também, o desenvolvimento conjunto de tecnologia para produção de medicamentos genéricos, de aço e para o desenvolvimento de software.
China reduz alíquota de importação para o Brasil. O país se compromete a reduzir as alíquotas de importação de 34 itens de produtos que o Brasil vende no mercado chinês e a acabar com a quota de importação de outros produtos. Com a redução das tarifas, os produtos brasileiros ganham maior competitividade no mercado chinês e as exportações para a China se intensificam.
Representação na OMC contra subsídio do suco de laranja. Brasil entra com ação na OMC questionando o imposto cobrado na Flórida (EUA) sobre o suco de laranja importado e com a afirmação de que esse imposto viola as regras da organização. Em maio, o governo brasileiro fecha acordo com o governo americano e retira a queixa.
Intensificação da crise Argentina. Com o peso desvalorizado, os consumidores argentinos têm menor poder de compra. Verifica-se um alarmante aumento da pobreza e do desemprego. O peso argentino vale 70% menos em relação ao dólar. Acostumados a viver com um peso que teve o mesmo valor que o dólar desde 1991, os argentinos têm que se adaptar a um câmbio de 3,5 pesos por dólar.
Balança comercial. Exportações de US$ 60.439 milhões e importações de US$ 47.243 milhões. Saldo positivo de US$ 13.196 milhões.
2003
Presidência Luís Inácio Lula da Silva (1º de janeiro de 2003 – 1º de janeiro de 2007) O novo governo assume com credibilidade e a população tem grande expectativa de mudança. Enfatiza a política externa por meio de uma cooperação Sul-Sul e pela intensificação das relações econômicas com a América do Sul.
Luiz Fernando Furlan assume Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (1° de janeiro).
Celso Amorim assume Ministério das Relações Exteriores (1° de janeiro).
Acordo de Complementação Econômica nº. 55 entre Mercosul e México para produtos automotivos (1° de janeiro). Entra em vigor acordo para produtos automotivos, que prevê a elevação da quota de 50 mil para 119 mil carros/ano e a queda na alíquota de importação de 8% para 1,1%.
Explosão do ônibus espacial Columbia (1º de fevereiro). Quando está reentrando na Terra sobre o estado do Texas, o Columbia explode com seis tripulantes a bordo.
Fim da Iugoslávia (4 de fevereiro). O parlamento iugoslavo aprova a criação do Estado da Servia e Montenegro, que substitui a Republica Federal da Iugoslávia.
Início da Guerra do Iraque (20 de março). Os Estados Unidos, mesmo sem a chancela da ONU, formam uma aliança com o Reino Unido e outras nações – o que passa a ser chamado de Coalizão – e inicia a investida terrestre contra o Iraque. A justificativa dos Estados Unidos é a alegação de que estariam mantidas naquele país supostas armas de destruição em massa. Antecede essa investida uma série de ataques aéreos com mísseis e bombardeios sobre a capital Bagdá e regiões vizinhas.
Representação na OMC contra subsídio do algodão (março). Brasil entra com ação na OMC contestando os programas de ajuda doméstica e de crédito concedidos pelo governo dos Estados Unidos aos produtores de algodão do seu país. Em junho, a OMC dá vitória ao Brasil no caso.
Vitória do Brasil no contencioso dos produtos siderúrgicos (11 de julho). Painel da OMC dá ganho de causa ao Brasil e a outros países contra salvaguardas dos EUA sobre produtos siderúrgicos.
Atentado em Bagdá vitima o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante especial da ONU para o Iraque (19 de agosto). Vieira de Mello exercia os cargos de representante especial do secretário-geral Kofi Annan e de alto comissário da ONU no Iraque em guerra. Carro-bomba explode debaixo da janela de Vieira de Mello no quartel-geral da ONU em Bagdá; o brasileiro sobrevive à explosão, mas tem morte por soterramento. Outras 20 pessoas também morreram no atentado.
Explosão do Veículo Lançador de Satélites, VLS, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Maranhão (22 de agosto). Poucos dias antes do lançamento, o protótipo VLS-3 explode na plataforma do CLA e mata 21 técnicos do Centro Técnico Aeroespacial de São José dos Campos (CTA), São Paulo. Por sorte, parte da equipe que trabalha na operação VLS estava de folga na base. O acidente compromete todo o programa espacial brasileiro.
Lançamento do foguete europeu Ariane com a sonda Smart-1 (27 de setembro). Destino do voo é a Lua. Singular nesse projeto é que ele vem a ser o primeiro que tem sucesso usando a revolucionária propulsão iônica.
Primeiro voo espacial tripulado da China (16 de outubro). Terceiro país a conseguir o feito com sua nave Shenzu V. A bordo, o astronauta Yang Liwei.
Renovação de acordo com FMI (13 de dezembro). Tem duração de um ano e disponibiliza ao país um credito de 14 bilhões de dólares.
Renovação de compromisso do Mercosul. Por ocasião dos doze anos do Tratado de Assunção, os países do Mercosul renovam o compromisso com o avanço da integração.
Transgênicos. A comercialização da soja transgênica da safra de 2003 é autorizada pelo presidente Lula, em medida provisória assinada em 27/03. Estima-se que a não comercialização provocaria perda de 1 bilhão de reais.
Balança comercial. Exportações de US$ 73.203 milhões e importações de US$ 48.326 milhões. Saldo positivo de US$ 24.878 milhões.
2004
Pouso da sonda norte-americana Spirit no planeta Marte (3 de janeiro). A operação é bem sucedida. A Spirit carrega um robô explorador que enviará mensagens para a Terra.
Atentados em Madrid (11 de março). O chamado 11-M vem a ser a explosão de bombas em quatro comboios da rede ferroviária de Madrid. Os indícios apontam em direção à rede terrorista Al Qaeda como autora da atrocidade (a mesma organização que estaria por traz dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos). Contabilizam-se 191 mortos e 1.700 feridos.
Reeleição do presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin (março).
XXVI Cúpula do Mercosul (7 a 8 de julho). O Brasil assume a liderança rotativa do bloco, sucedendo a Argentina.
O Acordo Agrícola (31 de julho). A Organização Mundial do Comércio (OMC) ratifica o acordo da agricultura, que passa a reger as regras internacionais do comércio de produtos agrícolas. O Brasil atinge grande visibilidade com a adoção de uma postura de liderança entre os países em desenvolvimento.
Massacre na escola de Breslan (1-3 de setembro). Um grupo de homens e mulheres chechenos assalta uma escola de Breslan e faz os ocupantes reféns. Ao longo de três dias observam-se tiroteios, explosões, mortes, crianças que conseguem sair da escola. No dia 3, ocorrem explosões e intensos tiroteios. Ocorre então um verdadeiro massacre no qual as vitimas eram crianças, em sua maioria. Breslan é o ponto máximo da violência e crueldade na guerra entre a Rússia e a Chechênia.
Vitória do Brasil na OMC no contencioso do algodão. (8 de setembro). Relatório final de painel da OMC dá vitória ao Brasil em causa com os EUA sobre o algodão.
Vitória do Brasil na OMC no contencioso do açúcar (15 de outubro). Relatório final de painel da OMC dá vitória ao Brasil em causa com a União Europeia sobre o açúcar. O Brasil argumentava que os subsídios europeus à exportação de açúcar violavam as disciplinas do Acordo de Agricultura da OMC.
Visita do presidente russo, Vladimir Putin, à China (outubro).
Preço do petróleo em alta (outubro). A cotação do petróleo alcança 55,67 dólares, valor mais alto desde 1983. As causas do aumento são relacionadas à recuperação da economia mundial, o crescimento do consumo na China, os baixos estoques mundiais e a Guerra no Iraque, que põe em risco o fornecimento do produto. No fim do ano, os preços caem para 43 dólares o barril.
Novos membros associados ao Mercosul (15 de dezembro). A 27° reunião de cúpula do Mercosul, realizada em Ouro Preto, confirma a entrada da Colômbia, Equador, e Venezuela como membros associados do bloco.
Acordo entre Mercosul e União Aduaneira da África Austral (16 de dezembro). Firmado, em Belo Horizonte, acordo de comércio preferencial entre o Mercosul e a União Aduaneira da África Austral (SACU).
Acordo de Cooperação entre Brasil e Paraguai (17 de dezembro). Assinado acordo de cooperação para o desenvolvimento da indústria sucroalcooleira e utilização de álcool combustível no Paraguai. O acordo inclui transferência de tecnologia e medidas para facilitar a instalação de empresas brasileiras no Paraguai.
Fim da Segunda Guerra da Chechênia. A insurgência da Chechênia se insere no colapso da antiga União Soviética, em 1991, quando ocorre uma onda de movimentos separatistas da parte das repúblicas da União. Os chechenos tentam fundar um Estado islâmico que persegue os russos por serem eslavos e por serem cristãos ortodoxos. Em 1994, o exército russo intervém e tenta anular a autonomia; é quando os chechenos fazem guerra aberta contra os russos e Moscou passa a ser alvo de atentados terroristas, essa é a fase da primeira guerra (1994-1996). A segunda fase eclode em 1999, decorrente da represália russa contra os atentados terroristas em Moscou. A capital do país, Gronzy, é bombardeada e totalmente destruída. O revide dos chechenos se traduz em outros atentados em Moscou culminando com o mais atroz deles, o assalto à escola de Beslam.
Recorde na produção de automóveis. A indústria automobilística brasileira bate recorde histórico. São produzidos 2,2 milhões de veículos. O resultado é consequência do sucesso das exportações.
Recorde de exportações. Brasil atinge recorde de exportações, alcançando a cifra de, aproximadamente, 100 bilhões de dólares.
Balança comercial. Exportações de US$ 96.678 milhões e importações de US$ 62.836 milhões. Saldo positivo de US$ 33.842 milhões.
2005
Pouso da sonda europeia Huygens em Titã, satélite de Saturno (14 de janeiro).
Vitória do Brasil no contencioso do frango (24 de março). Relatório final de painel da OMC dá ganho de causa ao Brasil em contencioso com a União Europeia sobre o frango. A UE havia aumentado em 2002 a tarifa de importação para cortes de frango salgado, medida que prejudicava as exportações brasileiras.
Atentado a bomba em Londres (7 de julho). Quatro bombas atingem o sistema de transporte público da cidade. Três trens do metrô e um ônibus são atingidos. A rede do metrô fica totalmente paralisada. Outros transtornos também se fizeram sentir na circulação dos veículos, particularmente na zona central da cidade. Contabilizam-se 52 mortos e 700 feridos.
Acordo limita a exportação de sapatos (julho). Os fabricantes argentinos e brasileiros de calçados fecham acordo que limita as exportações brasileiras para o país vizinho aos 15,4 milhões de pares embarcados em 2004.
Medidas antidumping ao suco de laranja brasileiro (agosto). Governo norte americano anuncia aplicação de medidas “antidumping” preliminares sobre as importações de suco de laranja do Brasil.
Camex eleva tarifa para calçados (agosto). Alíquota de importação de sapatos e tênis é elevada de 14% para 35%.
Paris em chamas, o interior também. A revolta da juventude marginalizada da França (27 de outubro). O início é em Paris, fim de outubro 2005; desdobra-se, porém, por cerca de três semanas. O estopim, a morte de dois adolescentes por eletrocutamento numa subestação de energia, onde eles tentam se esconder da polícia. Local: subúrbio de Paris, região de Clichy-sous-Bois. Participantes: jovens em sua maioria entre 14 e 20 anos, filhos de imigrantes do Norte da África. A partir de então, uma onda de violência perpassa várias cidades da França e deixa um saldo de mais de mil carros queimados, prisões, mais carros incendiados, bombas molotov jogadas contra delegacias, toque de recolher em algumas localidades, decretação de estado de emergência. Os distúrbios voltam a ocorrer em 2007.
Déficit comercial dos EUA é recorde e pressiona o dólar (novembro). Saldo negativo alcança US$ 60 bilhões no mês. O desequilíbrio comercial dos EUA reforça a pressão sobre o dólar, que cai em relação a outras moedas.
Queda do PIB (30 de novembro). O bom desempenho da economia no ano de 2004, refletido no PIB de 5%, eleva o otimismo do governo federal. Porém, em 2005, registra-se queda de 1,2% no PIB. A queda teria sido reflexo das altas taxas de juros reais atingidas no ano.
Indústria brasileira já exporta um quarto da produção (dezembro). Levantamento do BNDES demonstra que 24,8% da produção industrial do país foi destinada ao mercado externo em 2004.
Pagamento da dívida com o FMI (27 de dezembro). O Governo brasileiro realiza o pagamento antecipado de US$ 15 bilhões e quita a dívida do Brasil com o FMI. O Brasil também irá zerar em 2006 a dívida com o Clube de Paris, no valor de US$ 2,6 bilhões.
Crise do Mensalão. Deputado Roberto Jefferson denuncia crise política que se refere a uma suposta “mesada” paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo.
Crise na agropecuária brasileira. Queda nos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, problemas na comercialização da safra de 2004 e 2005, aumento dos custos de produção, entre outros problemas fazem o setor perder renda, produção e produtividade.
Febre aftosa. Afeta boa parte dos pecuaristas que haviam trocado as lavouras de grãos por criação de gado. Suspensão imediata da compra de carne brasileira por grandes compradores mundiais.
Balança comercial. Exportações de US$ 118.529 milhões e importações de US$ 73.600 milhões. Saldo positivo de US$ 44.929 milhões.
2006
Evo Morales toma posse na Bolívia. (janeiro). Uma das promessas eleitorais é a nacionalização das reservas de hidrocarbonetos – petróleo e gás. A decisão afeta diretamente o Brasil, visto que a Petrobras é o maior investidor estrangeiro do setor na Bolívia.
Guantánamo infringe direitos humanos, conclui relatório da ONU (13 de fevereiro). Os Estados Unidos mantêm um campo de confinamento.
Valorização do Real (fevereiro). O real inicia o ano com uma valorização nominal em relação ao dólar americano superior a 12%.
A CAMEX reduz a zero a alíquota de imposto de importação de cimento e álcool combustível (fevereiro). A ação prevê redução de custos e aumento da concorrência em setores aquecidos pelo aumento de consumo.
China assina acordo têxtil com Brasil (3 de março). Acordo prevê restrição voluntária de exportação de produtos têxteis do país para o Brasil.
Viagem do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes (30 de março – 8 de abril). A bordo da nave russa Soyuz TMA-8, parte em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), onde realiza oito experimentos científicos brasileiros em ambiente de microgravidade.
Brasil abre processo de salvaguardas contra a China para sete produtos (março). A salvaguarda foi imposta aos produtos chineses que ameaçam a indústria local – escova de cabelo, óculos e armação, óculos de sol, alto-falante, ferro silício, brinquedos e pedal de bicicleta.
Autossuficiência na produção de petróleo (21 de abril). Com a entrada em operação da plataforma P-50, a maior da Petrobras, Brasil atinge autossuficiência na produção de petróleo.
Anúncio da nacionalização de todas as operações de hidrocarbonetos e ocupação das instalações controladas por empresas estrangeiras na Bolívia (1º de maio). Em discurso no Dia do Trabalho, o presidente Evo Morales cumpre promessa de campanha e nacionaliza as empresas estrangeiras do setor. A brasileira Petrobras é uma das empresas afetadas pela medida junto com a espano-argentina Repsol YPF, as inglesas British Gas e British Petroleum, a francesa Total, a canadense Canadian Energy e a sul-coreana Wong.
Início do contencioso entre a Petrobras e o governo do presidente boliviano Evo Morales (1º de maio). O presidente da Bolívia faz o anúncio do Decreto 28.701, que estabelece a nacionalização do gás e petróleo bolivianos, nas instalações do campo de gás de San Alberto, Tarija, até então controlado pela Petrobras. Data e local escolhidos são cheios de simbolismo – Dia do Trabalho e empresa estrangeira com maior capital investido no setor. Uma hora depois do anúncio, forças militares ocupam as instalações do setor de exploração de hidrocarbonetos controladas por empresas estrangeiras em todo o país. No caso do campo de San Alberto, o fato se dá com a presença do próprio presidente. A partir de então, deslancha-se um processo negociador sobre os termos de compensação financeira para a desapropriação efetivada e outras contendas relativas a compra de gás e continuidade da presença da Petrobras e seus investimentos naquele país.
Assinatura do Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul (4 de julho). Assume as obrigações do Tratado de Assunção e dos Protocolos de Ouro Preto e Olivos. Terá, ainda, quatro anos para adotar a Tarifa Externa Comum e o acervo normativo do Mercosul.
XXXIII Reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha de Cooperação Econômica (10-11 de julho).
Assinado, em Brasília, Acordo-Quadro de Cooperação Técnica Brasil-Afeganistão (1º de agosto).
Crise Aérea. Acidente envolvendo um avião da Gol e um Legacy. (29 de setembro). Maior acidente aéreo da história do Brasil, até essa data, mata 154 pessoas e expõe deficiências que culminam em tragédia. Um Boeing da companhia aérea Gol colidiu em pleno ar com um jato Legacy. Os destroços do Boeing caem em região de mata fechada, em Mato Grosso, o que dificulta o resgate dos despojos. O Legacy, apear de avariado, pousa em segurança em uma base próxima do local do acidente com seus ocupantes.
Mercosul caminha para conversão de moedas locais (setembro). Os governos do Brasil e da Argentina se propõem a implementar, a partir de 2007, um sistema de compensação de moedas locais nas operações de comércio exterior entre os dois países. Consiste na eliminação da conversão para o dólar a cada passo das vendas e compras feitas entre os países.
Real forte provoca queda de 5% nas exportações aos EUA (setembro).
Brasil e União Europeia fecham acordo para carne de frango (26 de outubro). O Brasil terá cota de 336 mil toneladas para suas exportações de carnes de frango e peru industrializado para a União Europeia a partir de 2007.
Brasil e EUA querem promover etanol como energia alternativa (dezembro). Assinam tratado que cria a Comissão Interamericana do Etanol, junto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com a proposta de promover o uso do combustível como alternativa ao petróleo nas Américas.
Balança comercial. Exportações de US$ 137.807 milhões e importações de US$ 91.349 milhões. Saldo positivo de US$ 46.458 milhões.
2007
Início do segundo mandato de Luís Inácio Lula da Silva (1° de janeiro).
Euro forte dá ganhos aos exportadores (janeiro). Valorização do Euro faz empresas brasileiras tentarem ganhar o mercado europeu.
China supera Argentina e passa a ser o 2º maior fornecedor do país (fevereiro). No decorrer do ano de 2006, os chineses venderam US$ 8,28 bilhões para o país, acima dos US$ 8,19 bilhões exportados pelos argentinos. A China responde agora por 8,8% das importações do Brasil, apenas um décimo à frente da Argentina, com 8,7%.
Miguel Jorge assume o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (29 de março).
Dois produtos chineses terão antidumping (junho). O Brasil vai aumentar o imposto que incide sobre ferros de passar roupas e ventiladores de mesa importados da China. Os produtos chineses entram no país com valores muito baixos e afeta a concorrência dos produtos nacionais.
Crise aérea. Acidente com avião da TAM (17 de julho). Um Air Bus, voo JJ 3054, procedente de Porto Alegre tenta aterrissar em seu destino, Aeroporto de Congonhas, São Paulo. Não consegue parar na pista e se choca contra um prédio da mesma empresa localizado do outro lado da rua. Em menos de um ano, outra tragédia de proporções ainda maiores. As 187 pessoas a bordo mais outras em solo perdem a vida.
Etanol impulsiona exportações do setor (julho). Segue em alta a demanda internacional por milho e soja brasileiros em razão da maior utilização desses grãos na produção de biocombustíveis nos Estados Unidos.
Crise do mercado de hipotecas imobiliárias dos EUA (agosto). Afeta seu próprio mercado imobiliário e as bolsas de todo o mundo.
Calçadistas do Mercosul denunciam ameaça dos calçados chineses (setembro). Empresários reivindicam medidas de defesa frente ao avanço chinês, e frente à concorrência desleal.
União Europeia ameaça suspender importações de carne brasileira (outubro). Alega que os padrões de segurança alimentar não se encontram nos padrões exigidos.
Destaque para a exportação de frango. Embarques de carne de frango têm aumento de 22,5%, mantendo um bom ritmo de crescimento. Somam uma cifra de aproximadamente 2,375 milhões de toneladas e mantêm a 5° posição na pauta das exportações brasileiras.
Destaque para a exportação de couro. Exportações de couro têm crescimento de 24%. O faturamento chegou a US$ 1,47 bilhão, contra US$ 1,12 bilhão até agosto do ano passado.
Balança comercial. Exportações de US$ 160.649 milhões e importações de US$ 120.624 milhões. Saldo positivo de US$ 40.024 milhões.
Balança comercial do período (2001-2007). Exportações totais de US$ 705.592 milhões com média anual de US$ 100.798 milhões. Importações totais de US$ 499.580 milhões com média anual de US$ 71.368 milhões.
Principais produtos de exportação do período (2001-2007). Materiais de Transporte (12,6%), Máquinas e Equipamentos (12,3%), Metalúrgicos (10,5%), Soja (9%), Químicos (6,4%).
Fonte: MENEZES, Albene Miriam F. et al.. 20 Anos da SECEX e 200 Anos de Comércio Exterior. 1a edição. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior-MDIC, 2010.
Para Saber mais sobre o Comércio Exterior neste período da história:
=> Saiba mais (2001 – 2007) – Bicentenário do Comércio Exterior no Brasil
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