Principais Polos Produtivos
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A produção artesanal, além de gerar renda, promove a cultura local e é uma atividade de expressão popular. Na economia, é conectada à criatividade. Por essas características, o setor é um dos destaques na Economia Criativa. O Brasil conta com vários polos de produção, áreas onde o artesanato floresce, envolve um número elevado de pessoas e movimenta a economia local. São destaque os estados de Minas Gerais e Pernambuco, e as regiões do Jalapão, Costa do Sauípe e Pampas, como descrito a seguir. MINAS GERAIS Movimentando anualmente com a atividade uma média de R$ 2,2 bilhões por ano e contando com cerca de 300 mil artesãos, números estimados em 2017, Minas Gerais é um dos principais polos produtivos de produtos artesanais no País (SEGOV-MG, 2017). Se beneficiando da flora do Cerrado e da Mata-Atlântica, o estado tem diversas peças únicas e inovadoras que atraem a atenção de compradores de outros países. Segundo o portal do Governo do Estado, os produtos artesanais mais difundidos são as produções em cerâmica, de origem indígena, tradicionais dos vales do Jequitinhonha e São Francisco. São destaque também os trabalhos em pedra-sabão, das regiões de Ouro Preto, Congonhas, Mariana e Serro, e os bordados, trançados em talas, crochê, tricô, e artesanato em couro e madeira, produzidos em regiões diversas (GOVERNO DE MINAS, [?]). Uma evidência da relevância do artesanato mineiro em nível nacional é o fato de que dos 100 vencedores da 4ª edição do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato, realizada em 2016, 13 foram de Minas Gerais (MINAS, 2019). PERNAMBUCO Em 2017, o setor de artesanato movimentou cerca de R$ 45 milhões no estado de Pernambuco, por meio de vários canais de comercialização, quais sejam: lojas na capital, Recife, e no município de Bezerros, uma unidade móvel que percorreu diversos municípios do estado, e a FENEART, uma das principais feiras de artesanato da América Latina (AD DIPER, 2018). O evento que tem por sede o próprio estado de Pernambuco e sua 20ª. edição, ocorrida em 2019, gerou vendas no valor total de R$ 3,7 milhões correspondentes à comercialização de quase 109 mil peças (GOVERNO, 2021). O estado também foi um dos líderes da 4ª edição do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato, com 10 vencedores, ficando atrás apenas de Minas Gerais. Como declara a Secretaria de Turismo de Pernambuco, “Do litoral ao sertão, a arte pernambucana é profícua. Seus artistas moldam o barro, tecem a tapeçaria, entalham a madeira, esculpem a pedra, trabalham os tecidos, o couro, o papel e a palha.” (SETUR-PE, 2021). São destaque as peças de couro, como bolsas e sapatos, e de renda renascença, para casa e vestuário. OUTROS DESTAQUES Enquanto Minas Gerais e Pernambuco se destacam pela diversidade e capacidade produtiva, algumas cidades de regiões específicas do País chama a atenção pela singularidade. São exemplos o Jalapão, no estado do Tocantins (TO), a Costa do Sauípe, na Bahia (BA), e os Pampas Gaúchos, no Rio Grande do Sul (RS). No Jalapão (TO), ocorre uma produção importante de peças em capim dourado, uma palha resistente utilizada para a confecção de mais de 50 itens diferentes, como bolsas, cestos, brincos, relógios, anéis, e que chamam a atenção justamente pela cor dourada natural (PORTAL-TO, 2021). Segundo informação divulgada em 2014, esse tipo de artesanato movimenta cerca de R$ 18 milhões no estado (JORNAL, 2014). Ressalte-se que o capim dourado se tornou mundialmente conhecido e, por já estar presente em outros territórios, recebeu um selo de identificação geográfica, isto é, uma certificação de produto único e típico do estado de Tocantins (JORNAL, 2014). Na Costa do Sauípe (BA), por sua vez, artesãs locais são especialistas numa técnica indígena milenar conhecida como “traçado tupinambá”. São produzidos, entre outros itens, bolsas, cestos, chapéus, pulseiras, chaveiros e jogos americanos. Atualmente, através do Programa do Sebrae, “Talentos do Brasil”, certas associações de artesãs locais fornecem peças para grandes redes e marcas (ARTESOL, [2008?]). Nos Pampas Gaúchos (RS), o artesanato tem como foco a sustentabilidade. Todos os mais de 90 produtos são feitos à base de lã natural de ovinos. As artesãs trabalham com tecelagem, crochê, tricô, entre outras tipologias. Em 2011, o artesanato local começou a ser apoiado pela Fundação Bradesco e desenvolveu coleções com grandes designers brasileiros (ARTESOL, [2012?]). Já na Paraíba, há uma diversidade expressiva de tipologias. Entre elas estão as rendas de labirinto, peças de madeira, couro, cerâmica, metais, a arte do fuxico, e destacam-se a renda renascença e a arte com fibras, produzidas principalmente por mulheres agricultoras e de pescadores, respectivamente. O governo estadual realiza, anualmente, duas edições do Salão de Artesanato Paraibano. A capital, João Pessoa, conta com o Mercado de Artesanato Paraibano (MAP), constituído por 120 lojas que vendem, inclusive, alimentos típicos da culinária paraibana. (PARAÍBA TOTAL, 2013; PARAÍBA CRIATIVA, 2015; PREFEITURA, 2018). |
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O Aprendendo a Exportar Artesanato é uma parceria entre: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços - MDIC Universidade Federal da Paraíba – UFPB |