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Exportações brasileiras crescem 5,6% em maio, mesmo em cenário adverso
A balança comercial brasileira registrou crescimento do volume das exportações no mês de maio, apesar do cenário adverso da economia global. O volume exportado, medido pelo índice de quantum, aumentou 5,6% em relação a maio de 2019, segundo dados preliminares divulgados nesta segunda-feira (1º/6) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia (ME). No acumulado do ano, o aumento das vendas para o exterior foi de 1,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse bom desempenho em maio foi determinado pela alta de 36,1%, no volume das exportações do setor agropecuário, pelo índice de quantum, devido à forte competitividade do país nas exportações desta categoria de bens, somada à elevada demanda mundial, sobretudo a asiática. No ano, o crescimento das exportações da agropecuária foi de 19,9% em quantum.
“Observa-se que a demanda dos países asiáticos pelos produtos brasileiros continua aquecida. Para aquele continente, houve crescimento do valor exportado de 27,7% no mês e de 16,8% no acumulado do ano”, Lucas Ferraz.
“Observa-se que a demanda dos países asiáticos pelos produtos brasileiros continua aquecida. Para aquele continente, houve crescimento do valor exportado de 27,7% no mês e de 16,8% no acumulado do ano”, comentou o secretário de Comércio Exterior do ME, Lucas Ferraz. Ele acrescenta que o bom desempenho exportador do agronegócio tem compensado o recuo observado para as exportações de produtos industrializados, conferindo resiliência ao setor exportador nacional e contribuindo para uma queda menos acentuada da atividade doméstica, em um contexto de queda progressiva do PIB global.
Além do aumento no volume de exportação, o Brasil obteve recorde histórico para meses de maio dos embarques de soja (15,5 milhões de toneladas), petróleo em bruto (8,4 milhões de toneladas), açúcares e melaço (2,7 milhões de toneladas), farelo de soja (2 milhões de toneladas), óleos combustíveis (1,6 milhão de toneladas), alumina (789 mil toneladas), carne de aves (373 mil toneladas), carne bovina (155 mil toneladas) e café (216 mil toneladas). “Vale ressaltar que Petróleo, açúcar, farelo de soja, café e carne bovina foram recordes mensais, não só para meses de maio, mas para quaisquer meses da série histórica”, destaca Ferraz.
Veja os dados completos da balança comercial
Corrente e saldo comercial
Já em valores, a corrente de comércio no mês chegou a US$ 31,3 bilhões, com recuo de 3,1% em relação à média diária de maio de 2019. O saldo comercial foi de US$ 4,5 bilhões, um recuo de 11,1% em relação à média de maio do ano passado, resultado de queda de 1,6% das importações e de 4,2% das exportações no mês.
A moderada queda na importação de maio foi influenciada principalmente por operações de nacionalização de duas plataformas de petróleo, no valor total de US$ 2,7 bilhões. Essas operações ocorrem devido à migração do regime aduaneiro especial Repetro para o regime aduaneiro especial “Repetro-Sped”. O novo regime, implementado em 2018, determina que equipamentos admitidos temporariamente na importação, com pagamentos de afretamentos e aluguéis, sejam nacionalizados.
“Excluindo-se as aquisições de plataformas no valor total importado, observa-se que as importações em maio recuaram 21,7% pela média diária em relação a maio de 2019. O saldo comercial, excluindo-se o ‘efeito plataforma’, cresceu 42,4% em maio pela média diária. Já a corrente de comércio, excluído o mesmo efeito, recuou 11,5%”, salientou o secretário.
Na exportação, a média diária de maio foi de US$ 897 milhões, valor 4,2% inferior à média de maio de 2019. Segundo a Secex, a queda do valor exportado foi resultado direto do forte recuo dos preços internacionais, em função do enfraquecimento da demanda global, reduzindo em 15,6% os preços dos bens exportados pelo Brasil, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
No entanto, em relação ao valor exportado, também houve recorde para meses de maio em soja (US$ 5,1 bilhões), carne bovina (US$ 683 milhões), ouro (US$ 411 mi), carne suína (US$ 215 mi), amidos (US$ 53 mi) e arroz (US$ 32 mi). “As carnes bovina e suína são recordes mensais para quaisquer meses da série histórica”, lembra Ferraz.
Acumulado do ano
Apesar de o volume exportado pela economia brasileira crescer 1,7% nos cinco primeiros meses do ano, pelo índice de quantum, o País sentiu a queda de 5,3% nos preços comercializados, em consequência do desaquecimento da economia global. Por isso, o valor exportado recuou 4,5% de janeiro a maio, para US$ 85,3 bilhões.
Em decorrência dos valores exportados e importados no ano, a corrente de comércio brasileira recuou 2,8%, alcançando US$ 154,3 bilhões no período. Já o saldo comercial do Brasil, dada a maior queda dos valores exportados em relação à queda das importações, recuou 17,9% em relação ao saldo dos primeiros cinco meses de 2019, atingindo US$ 16,4 bilhões no ano.
O secretário Lucas Ferraz explica que, excluindo-se o “efeito plataforma” e o peso que estes bens têm nos resultados do ano, as exportações cairiam 3,1% ao invés da queda registrada de 4,5%, pela média diária, em relação ao mesmo período do ano passado. Já as importações recuariam 6,9%, com uma queda de 7,6% nas importações de bens de capital. A corrente de comércio, neste caso, diminuiria 4,8%, e o saldo comercial aumentaria 9,3% no acumulado do ano.
Expectativa para 2020
A Secex mantém a projeção para o resultado da balança comercial em 2020 divulgada no início de maio. A expectativa para o ano é de as exportações somem US$ 199,8 bilhões, com queda de 11,4% em relação ao resultado de 2019, de US$ 225,4 bilhões.
A importação, por sua vez, deverá encerrar o ano com US$ 153,2 bilhões, redução de 13,6% em relação aos US$ 177,3 bilhões de 2019. O saldo comercial deverá ser de US$ 46,6 bilhões e a corrente de comércio, de US$ 353 bilhões.
“Entendemos que, por ora, não houve mudança nos fundamentos que justifique alterações nas projeções para o final do ano”, afirmou Ferraz. A próxima revisão da projeção será feita junto com o anúncio dos dados preliminares mensais de junho.
A notícia foi publicada em 01/06/2020 na página do Ministério da Economia.