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8 de Janeiro
"Ainda Estamos Aqui": a reafirmação da democracia no 8 de Janeiro
- Foto: Ricardo Stuckert/ SEAUD
"Hoje é o dia de dizermos em alto e bom som que ainda estamos aqui." Foi com essa fala que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso, durante a solenidade que relembrou, no Palácio do Planalto, os ataques às sedes dos três poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Após dois anos, o dia 8 de janeiro segue como um marco na defesa da democracia brasileira como um valor essencial para a convivência pacífica e para o progresso do país.
O dia foi marcado por entregas de objetos danificados durante o ataque dos invasores, entre eles, o painel "As Mulatas", de Di Cavalcanti, reintegrado ao patrimônio do Palácio do Planalto. Na cerimônia, o presidente assinou o decreto que institui o “Prêmio Eunice Paiva” que tem objetivo de homenagear personalidades que se destacaram na defesa da democracia. Além do presidente, participaram da assinatura o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o advogado-Geral da União, Jorge Messias; e dois netos de Eunice: Chico Rubens Paiva e João Francisco Paiva Avelino.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma referência ao livro “Ainda estou aqui” do escritor Marcelo Rubens Paiva ao falar sobre os atos de 8 de janeiro de 2023: "Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejaram os golpistas em 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer em alto e bom som que a ditadura nunca mais, democracia sempre. Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é porque a democracia venceu."
Já a deputada federal, Maria do Rosário, representou a mesa da Câmara do Deputados destacou a restauração dos objetos destruídos nos ataques aos prédios dos poderes em 2023: “renova-se a esperança quando aqui, esse Palácio do Planalto, novamente recebe as obras de artes restauradas e entregue não ao próprio Palacio, mas a Nação”. O senador Veneziano Vital do Rego que representou a mesa do Senado disse que os parlamentares estão dispostos a sacrifícios para defender a democracia e seguir vigilantes por ela.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, representou o Presidente do STF, Luís Roberto Barroso e disse que é importante sempre lembrar do que aconteceu para que não se repita. “Precisamos lembrar sempre do que aconteceu para que as novas gerações não se esqueçam das dores de uma ditadura e dos males que o autoritarismo traz" afirmou.
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, lembrou que é preciso estar unidos e vigilantes em defesa do regime democrático. “Não podemos permitir que as lições do passado se percam. Cada ameaça que surge contra o regime democrático deve ser um lembrete do valor inestimável do que ele representa e da importância da luta cotidiana de todos nós para a sua preservação” disse o ministro.
No final, as autoridades desceram a rampa do Palácio do Planalto para o abraço simbólico à democracia na Praça dos Três Poderes, onde estavam milhares de pessoas para participar do ato simbólico.