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Consea recebe a visita de representantes das etnias Krahô-Kanela e Fulni-ô
A Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) recebeu a visita de representantes das etnias indígenas Krahô-Kanela e Fulni-ô no último dia 10 de abril.
As comitivas indígenas, que estavam em Brasília para participar da 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), reivindicaram, entre outros direitos, a disponibilização de ações que garantam o direito à segurança alimentar e nutricional. Os representantes indígenas foram recebidos no Consea por Luiz Carlos, assessor técnico da Secretaria do Consea para povos indígenas.
As principais reinvindicações apresentadas por Hugo Fulni-ô, Ronaldo Cordeiro e Tawan Leite de Sá, representantes da etnia Fulni-ô oriundos do sertão de Pernambuco, estão relacionadas com a escassez hídrica em seu território.
Eles solicitaram recursos que garantam o abastecimento de água para a comunidade em caráter de urgência e também relataram a necessidade de cestas de alimentos para as famílias em situação de vulnerabilidade.
Hugo Fulni-ô expressou sua gratidão por contar com esse espaço para expor as necessidades da comunidade indígena. “Para nós, essa oportunidade é muito significativa. Agradecemos pela escuta, por ter essa sensibilidade com as demandas dos povos originários”, afirmou.
Wagner Katamy Krahô-Kanela, Cacique da aldeia Catàmje, localizada no estado do Tocantins, relatou dificuldades para cultivar suas roças tradicionais. A comunidade está rodeada por propriedades destinadas ao agronegócio que fazem uso de agrotóxicos, o que tem prejudicado o desenvolvimento das plantações na Reserva Indígena Krahô-Kanela. Wagner Katamy Krahô-Kanela, Estevam Yonbutxi Krahô-Kanela, Glennyo Pohi Krahô-Kanela, Alexandre Catuthy Krahô e Railton Apracuxwa Krahô foram os indígenas que compareceram ao Consea.
O Cacique também solicitou auxílio para a melhoria das políticas públicas de Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), além do acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos exclusivamente para os povos indígenas (PAA Indígena). Ele detalhou as reivindicações apresentadas pelo movimento durante a mobilização que ocorreu até a última sexta-feira (11).
“Viemos pela luta da conclusão da demarcação do território, pela proteção dos impactos ambientais no entorno do território, pela saúde, educação, moradia e pela proteção do território já demarcado”.
Wagner reafirma a intenção de permanecer firme na luta pelos direitos dos indígenas “Seguimos firmes na luta, porque a luta indígena é isso é não desistir nunca. É isso que nós aprendemos com nosso tio, com nossa mãe, com nosso pai e nosso avô. É lutar sempre, não desistir nunca”, finalizou.