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Plenária sobre Sustentabilidade, mudança do clima e transição justa abre a manhã do segundo dia do G20 Social
Plenária Sustentabilidade, mudança do clima e transição justa. - Foto: Isabela Castilho/ G20 Brasil
O dia chuvoso no Rio de Janeiro não afastou o público do segundo dia do G20 Social. A plenária sobre “Sustentabilidade, Mudança do Clima e Transição Justa”, realizada no Armazém 3 do Píer Mauá, ficou lotada com pessoas de todo o país e do mundo.
A assembleia foi conduzida pelo secretário nacional de Participação Social, Renato Simões e contou com a presença do ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; do secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, João Paulo Capobianco; da economista, diplomata e negociadora chefe do Acordo de Paris, Laurence Tubiana; da representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Marciely Tupari, e da diretora-técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adriana Marcolino.
A plenária tinha como objetivo discutir o tema sustentabilidade diante de um mundo que vem sofrendo com o aquecimento acelerado, desastres climáticos, secas profundas e enchentes.
A francesa Laurence Tubiana destacou o papel crucial no debate e enfatizou a importância de tratar o tema diante da negação de líderes mundiais sobre as questões climáticas mesmo com os recentes desastres naturais com os que aconteceram na Espanha, nos EUA e na Nigéria. “Este é o desafio que temos pela frente: combater líderes globais dizendo que não existe uma crise climática. Espero que esse movimento de solidariedade entre os governos e a sociedade nos ajude a lutar contra a injustiça social. E o Brasil e lugar ideal para a gente lidar com essa mudança social pela justiça climática”.
A indígena Marciely Tupari reforçou a importância de tratar o Marco Temporal e a demarcação das terras como uma pauta climática e que não basta apenas a criação de fundos de investimento. “E se a gente quer realmente trabalhar para manter a floresta viva, em pé, a biodiversidade protegida, precisamos trazer soluções e para os territórios indígenas e para as nossas organizações. Hoje, nós estamos nos organizando para desburocratizar o processo e conseguir realmente acessar os recursos, para que chegue nos territórios, para que chegue no chão da aldeia. Nosso conhecimento ancestral precisa ser ouvido. A nossa ligação com a natureza precisa ser valorizada” afirmou Tupari.
Adriana Marcolino fez considerações a respeito do impacto das mudanças climáticas no mundo do trabalho. “Os trabalhadores possuem poucas alternativas para se protegerem dos efeitos negativos da destruição ambiental. Os eventos climáticos extremos, tem recaído de modo mais severo sobre os trabalhadores e a população mais pobre”. Adriana lembrou da iniciativa Transição Justa, liderada pelo movimento sindical, que propõe o desenho e implementação de um conjunto de políticas para garantir que a transição e o caminho para uma produção com baixas emissões de gases de efeito estufa ofereçam ao mesmo tempo condições de vida e trabalho dignas, respeito aos direitos humanos e igualdade de oportunidades a trabalhadoras, trabalhadores e comunidades implicadas, especialmente nos povos e nações do sul global.
O ministro Paulo Teixeira relatou que o governo tem trabalhado conjuntamente para assegurar que todos os ministérios estejam envolvidos com a agenda ambiental. “Hoje, estamos trabalhando de forma totalmente integrada. Nós temos, pela primeira vez, um desenho de um plano de transformação ecológica. E esse plano é uma ferramenta fundamental de articulação do governo. E é liderado não pelo Ministério do Ambiente, mas pelo Ministério da Fazenda, que é um parceiro central para viabilizar essas transformações.”
Ao término da plenária, o mediador Renato Simões reafirmou a importância da sinergia entre o governo e a sociedade civil e salientou que “não existe política pública consistente que gere resultado, que alcance objetivos sem a ampla participação da sociedade”.