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G20 SOCIAL
Inédita Cúpula do G20 Social leva a fotografia da diversidade dos povos para o G20
- Foto: Ricardo Stuckert / PR
Boulevard Olímpico e os armazéns do píer Mauá tiveram as cores e os sons de milhares de pessoas dos países do G20 durante três dias. No total, 49.498 pessoas se inscreveram para a Cúpula do G20 Social e 19.140 se credenciaram para as atividades propostas pela sociedade civil e debates nas plenárias que fizeram a conclusão da Declaração Final entregue ao presidente Lula. Foram quase 300 atividades, atendendo mais de 1.300 organizações da sociedade civil, brasileiras e estrangeiras, que se revezaram nas salas montadas nos armazéns, somando 521 horas de atividades. Quanto aos eixos temáticos da presidência brasileira do G20, 40,4% das atividades da sociedade civil trataram de sustentabilidade, mudanças climáticas e transição energética justa; 39,3% debateram formas de combate à fome e às desigualdades; e 20,2% foram sobre reforma da governança global.
Ampliação de grupos de engajamento e maior participação dos grupos que representam as favelas
A Cúpula do G20 Social foi o ápice do trabalho que movimentos sociais e populares, a sociedade civil organizada e os grupos de engajamento fizeram ao longo de praticamente todo o ano. A inovação da participação social no G20 incentivou a criação de um novo grupo de engajamento, o O20, para debater medidas para a proteção socioambiental dos oceanos, com a participação destacada da família Schurmann e seu veleiro, que ficou ancorado perto do Museu do Amanhã. E outros grupos independentes com trabalhos relevantes ao longo do ano querem se tornar grupos efetivos do G20 daqui para a frente. Ao final do G20 Social, 47 organizações nacionais e internacionais subscreveram petição para a institucionalização do D20, um grupo permanente de engajamento para debater as políticas públicas para pessoas com deficiência. Iniciativas da CUFA com a Unesco, que organizaram o Fórum Mundial de Favelas durante o G20 Social, e do CPX, que organizou o F20, trouxeram o tema das Favelas para um novo patamar, reivindicando voz e vez em todas as edições do G20 e a criação de um grupo de engajamento permanente sobre Favelas na estrutura do G20.
Cúpula foi palco de anúncios importantes
O Ministério das Cidades e a Secretaria-Geral da Presidência da República anunciaram o PAC Seleções Resíduos Sólidos, para a imprensa e os movimentos de catadores e catadoras de materiais recicláveis, no Armazém Kobra. São R$ 686 milhões para melhorar a qualidade do serviço de coleta e tratamento de resíduos sólidos, beneficiando moradores de 460 municípios espalhados pelo Brasil. Os recursos vão ser usados nas 81 propostas escolhidas dentro do Novo PAC Seleções na modalidade Gestão de Resíduos Sólidos.
As propostas selecionadas envolvem coleta seletiva, execução de obras civis, aquisição de veículos e equipamentos, tratamento de resíduos sólidos urbanos e ações para a disposição final de rejeitos em aterros sanitários. Os trabalhos vão mobilizar cerca de 60 cooperativas ou associações de catadoras e catadores.
Do total disponibilizado, R$ 520 milhões são recursos do Orçamento Geral da União (OGU) e R$ 166 milhões são para financiamento. A expectativa é gerar mais de 33 mil empregos diretos e indiretos.
O ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome anunciou uma série de ações transformadoras para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. As iniciativas, esforço coletivo entre governos, organizações multilaterais, bancos e instituições, visam beneficiar mais de 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda até 2030. Além disso, incluem expansão de refeições escolares para 150 milhões de crianças e programas para a primeira infância para mais de 200 milhões de mães e crianças. Além disso, o ministério dos Povos Indígenas instalou o pavilhão Futuro Ancestral que levou, aos participantes, uma experiência imersiva e sensorial, dividida em três fases, que expuseram o papel dos territórios indígenas para o equilíbrio climático global e para a conservação da biodiversidade. Na primeira, o cenário de degradação ambiental e do avanço das mudanças climáticas. Na segunda, o cenário atual da criação do Ministério e da implementação de políticas públicas efetivas para os povos indígenas e, na última, o cenário de um futuro com a ampliação das demarcações de Terras Indígenas no Brasil, com sua proteção territorial e com a defesa dos direitos dos povos originários. O objetivo é inspirar a reflexão sobre a urgência de proteger os territórios indígenas para a garantia de um futuro sustentável a todos.
Já o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lançou o projeto “Vigilância Popular em Saúde”, em parceria com o Ministério da Saúde e a Fiocruz. A iniciativa busca fortalecer ações de saúde comunitária em territórios atingidos por desigualdades socioambientais.
A ideia é integrar as populações locais na formulação e implementação de políticas públicas de saúde, promovendo a defesa dos direitos e a melhoria das condições de vida nos territórios atingidos por barragens e outros empreendimentos.
Para o funcionamento da estrutura do Boulevard e dos Armazéns foram contratados diretamente 3.500 trabalhadores e trabalhadoras. E os três dias geraram 7900 empregos temporários indiretamente.
No Boulevard Olímpico, durante os dias da Cúpula do G20 Social, a cultura e produção dos povos também foram expostas na Feira Social, organizadas em Caminhos da Sustentabilidade, Combate a Fome e Cultura dos Povos, com produtos da agricultura familiar; uma diversidade de artesanatos representando a cultura de diversos estados, livros e publicações em 180 barracas.
Estiveram presentes no G20 Social, delegações de 19 estados brasileiros, mais o Distrito Federal, representando diversos segmentos de movimentos sociais, como: Movimentos de Mulheres, Movimentos LGBTQUIA+, Movimento Popular Urbano, Movimento Popular Rural, Movimento Negro, Movimentos de Juventude e estudantis, OSCs – Organizações da Sociedade Civil, Movimento Sindical, Movimento Indígena, Movimento Cultural, Movimento Ambientalista, Comunidades Tradicionais, Conselhos, Movimento de Economia Solidária, Portadores de Deficiência, entre outros. As delegações internacionais, totalizaram cerca de 1.500 participantes.
O G20 Social já é um dos legados da presidência brasileira no G20. Governo e Sociedade Civil comemoraram a decisão da África do Sul, que se comprometeu a realizar a segunda edição do evento no próximo ano. Nos encontramos lá!