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G20 SOCIAL
Comunicadores populares participam da primeira cobertura colaborativa do G20 Social
Comunicadores populares de diversas entidades participam da primeira cobertura colaborativa do G20 Social. O evento conta com mais de 10 mídias independentes e mais de 70 pessoas. Entre os movimentos sociais, estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), entre outras organizações e coletivos.
O encontro de comunicadores é uma iniciativa que começou desde o início do G20, em dezembro de 2023, e teve construção com diversos movimentos, como o Favelas 20, o Kids 20, a UERJ, o Inesc, entre outros. A partir da colaboração deste ano, a ideia é replicar a iniciativa em outros eventos mundiais onde o Brasil estará à frente, como no dos Brics e da COP.
“É uma iniciativa importante de poder, de fato, ter espaço de diálogo em que as organizações, os movimentos populares, os diversos segmentos da sociedade organizada podem colocar um pouco das suas impressões, das suas sinalizações sobre o que tem entendido, debatido e sistematizado sobre suas propostas para o Brasil e para o mundo”, pontua Gustavo Marinho, do setor de comunicação do MST. “Consegui acompanhar algumas agendas hoje cedo e acho que elas são de extrema importância para poder socializar essas reflexões que ajudam o conjunto da sociedade a caminhar para um processo de nova organização do nosso jeito de sobreviver por aqui.”
Mais de 10 organizações fazem parte da cobertura colaborativa do G20 Social. - Foto: Inez Mustafa/Secom
“[O projeto de comunicadores populares colaborativos] É uma iniciativa fundamental. Muito dificilmente conseguiremos vislumbrar uma sociedade justa, democrática, se nós não passarmos também esses elementos, pela dinâmica da comunicação e essa possibilidade de a gente conseguir construir esse encontro de comunicadores e comunicadoras populares que estão desde seus territórios produzindo comunicação para também poder trazer aqui, potencializar a sua voz, o seu olhar sobre os debates que estão sendo tratados aqui no G20 Social.”
“Penso que essa possibilidade de construção de cobertura colaborativa, por si só, já é um sucesso, mas pensar a comunicação colaborativa pautada no G20 social, eu acho que traz ainda um elemento mais especial, porque de fato é pensar o lugar da comunicação também na construção dessas alternativas, dessas saídas para o mundo que a gente vive hoje.”
Integrantes do MST estão no grupo de comunicadores populares que cobrem o evento de forma colaborativa. - Foto: Inez Mustafa/Secom
Ana Flávia, da Frente Nacional de Mulheres no Hip-Hop, diz que é “uma mistura de correria, mas também com muita felicidade”. “A gente está aqui se programando, a gente está dividida por aí, somos quatro mulheres.” Questionada sobre a importância do G20 social, ela afirma que amplia o olhar e democratiza o debate. “O G20 Social nesse formato traz muitas discussões que a gente fica até meio perdida sem saber para onde ir, mas é fundamental, porque todos os problemas perpassam, todos estão interligados. A comunicadora diz que esta é a primeira vez que faz uma cobertura e não desperdiçou a chance de colaborar. “Nós somos essa equipe pequena dentro da frente, é um voluntariado, então a gente agarrou também essa oportunidade. “É a minha primeira cobertura, então, é muito importante realmente ver esse espaço como uma oportunidade mesmo.”
Para Marcelo Branco, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, é importante atuar em rede. “Agora as multidões são atores da estratégia de comunicação. Nossa comunicação colaborativa teve esse sentido de envolver os movimentos sociais como protagonistas da narrativa do G20 social. Não deixar isso somente com a mídia comercial ou com a mídia estatal.”
A comunicação colaborativa também conta com tradução na língua indígena guarani. Uma parceria entre a comunicação do G20 Brasil e a Universidade Federal da Grande Dourados, no Mato Grosso do Sul, boletins de rádio estão sendo produzidos. O conteúdo, produzido pela equipe de jornalistas do G20, será distribuído para emissoras de rádio em todo país por meio da Rede Nacional de Rádio, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), além de ter os textos dos boletins publicados no site.
Durante participação no programa Giro Social no Canal Gov, da EBC, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, afirmou que o G20 Social é um legado. “A grande fotografia do G20 será o G20 Social no Brasil. Será um dos grandes legados que a presidência do Brasil vai deixar para o fórum. Eu espero que essa fotografia seja a mais plural possível, seja dentro do debate democrático, seja respeitosa com o processo político e que possa contribuir efetivamente para mudar a vida das pessoas para melhor.” É a primeira vez na história da reunião dos líderes mundiais que uma cúpula social ocorre e que os movimentos sociais podem participar.
A África do Sul também já afirmou que fará a cúpula social do G20, em 2025, e trará os movimentos sociais para a mesa de discussão. A expectativa é que os Estados Unidos repliquem o formato no ano seguinte.