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G20 SOCIAL
Comunicadores populares debatem justiça climática em tempos de fake news
Durante o G20 Social, a Bem TV e a TV Globo realizaram um encontro com comunicadores populares e com o público presente no espaço Conexão. O objetivo foi discutir justiça climática e desinformação. Os integrantes da organização que atua em territórios de Niterói e São Gonçalo falaram da experiência com jovens da região. Na sequência, ocorreu o debate sobre justiça climática e desinformação, que contou com a mediação da jornalista Lilian Ribeiro.
Matheus Magalhães, coordenador do Projeto Jovens Comunicadores, falou um pouco sobre a atuação da organização. “É realmente criar uma rede de comunicação com os moradores locais em combate às fake news.” Carolina Rodrigues, coordenadora executiva da instituição, refletiu sobre os impactos da produção de notícias falsas. “A desinformação mata. Vimos essa semana como esse discurso está matando as pessoas, em um país onde as pessoas não têm acesso universal à internet.” Ela também comentou a atuação dos jovens no território a partir do uso de plataformas de mensagens. “Os jovens compartilham notícias no WhatsApp por meio de uma lista de transmissões, que faz chegar as informações.”
Equipe da BemTV falou sobre experiência de comunicação com jovens da região metropolitana do Rio. - Foto: Divulgação
Já Letícia Rodrigues, aluna do projeto de formação de novos comunicadores, destacou a importância da comunicação popular. “A comunicação popular é um lugar de fazer filme, de poder ser artista, não precisando sair do meu território para ser comunicadora.” “A comunicação garante outros direitos. O primeiro de tudo é saber comunicar. Os jovens se apropriam dessa comunicação no território com as demais questões, como raça e gênero”, ressaltou Douglas Campos, assistente social da BemTV.
A BemTV atua com formação de jovens comunicadores populares da região metropolitana do Rio de Janeiro desde 1992. Com o Projeto Jovens Comunicadores, visa ampliar o acesso a informações seguras sobre direitos, saúde e o combate à desinformação, especialmente por meio das redes sociais. A Instituição já foi premiada pelo trabalho realizado nos territórios. O mais recente deles é o de Tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil, com o Projeto Jovens Comunicadores.
Encontro discutiu desinformação e justiça climática no Espaço Kobra - Foto: Divulgação
Em parceria com a TV Globo, o debate sobre Desinformação e Justiça Climática teve como tema central o impacto das informações falsas relacionadas ao aquecimento global e à crise ambiental, que comprometem a compreensão da gravidade da situação do planeta. O evento teve participação de Yayenca Yllas, educadora ambiental, e Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú.
Sobre o trabalho com crianças, Yayenca pontuou a necessidade de pensar formas de trabalho com os pequenos, para ter uma sociedade futura mais preparada para lidar com a desinformação. “Eu acredito que, se a gente trabalha o pensamento crítico, trabalha com fontes confiáveis de informação, com diálogo, tenho esperança de que, quando a desinformação chega, eles chequem aquele conteúdo.”
Do ponto de vista da crise climática, Piazzon falou sobre os possíveis caminhos para enfrentar o problema. “O Brasil pode ser um provedor de soluções climáticas para o mundo. O maior problema do mundo, quando a gente fala de clima, é energia, mas o Brasil é o oposto. Temos o desmatamento, mas energia é menor. Por isso, buscar novas narrativas, trazendo a agenda climática para uma visão de desenvolvimento econômico, é fundamental”, destacou Piazzon.
Os debates reforçaram a importância da comunicação e da educação no combate às fake news e na preservação ambiental.
Comunicadores colaborativos
Comunicadores populares de diversas entidades participam da primeira cobertura colaborativa do G20 Social. O evento conta com mais de 10 mídias independentes e mais de 70 pessoas. Entre os movimentos sociais, estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc), entre outras organizações e coletivos.
O encontro de comunicadores é uma iniciativa que começou desde o início do G20, em dezembro de 2023, e teve construção com diversos movimentos, como o Favelas 20, o Kids 20, a UERJ, o Inesc, entre outros. A partir da colaboração deste ano, a ideia é replicar a iniciativa em outros eventos mundiais em que o Brasil estará à frente, como no dos Brics e da COP.
O G20 como legado
Entre as prioridades da presidência brasileira para o G20, estão a criação de uma cúpula social, que levasse em consideração a voz da sociedade civil, a partir de mecanismos que escutem as demandas do povo. Como forma de enfrentar a fome, o Brasil lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Durante participação no programa Giro Social no Canal Gov, da EBC, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, afirmou que o G20 Social é um legado. “A grande fotografia do G20 será o G20 Social no Brasil. Será um dos grandes legados que a presidência do Brasil deixará para o fórum”.
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