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Juventudes brasileiras apresentaram temas que vão debater no grupo de engajamento Y20, do G20 Social
- Foto: Ascom/SGPR
O grupo de engajamento Y20 deu início oficialmente aos seus trabalhos, na tarde desta quarta-feira (20), no evento chamado Summit Youth20 kick off meeting, no Instituto Rio Branco, em Brasília (DF). O evento marca, como o nome diz, o pontapé inicial do grupo temático de juventude do G20 sob a presidência brasileira.
O auditório estava lotado com representantes de diversas representações de jovens brasileiros e representantes de embaixadas de países que integram o G20. A importância, para o governo brasileiro e países-membros do bloco, dos anseios e temas que os jovens propõem ficou evidenciado nos discursos da mesa de abertura que contou com a presença do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo; do sherpa brasileiro, embaixador Maurício Lyrio; e da ministra de direitos humanos do Ministério das Relações Exteriores, Claudia Barbosa. Também estavam no palco representantes das juventudes: o secretário Nacional de Juventude da SGPR, Ronald Santos; o chair do Youth20 (Y20) e presidente do Conselho Nacional da Juventude, Marcos Barão; a vice-presidente da Frente Parlamentar da Juventude do Congresso Nacional; deputada Camila Jara; e a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella.
As duas grandes marcas que o governo brasileiro quer empregar na construção do G20 Social, que vai entre outras missões interagir com os grupos de engajamento, é ampliar a participação da sociedade civil no bloco, por meio de discussões e propostas a serem levadas aos sherpas; e a criação da Cúpula do G20 Social, que deverá ocorrer na véspera da Cúpula do G20, em novembro, no Rio de Janeiro.
No lançamento do Y20, a Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Secretaria Nacional de Juventude, apoiou o grupo de engajamento a partir da mobilização e do diálogo com a sociedade civil.
G20 Social e sociedade civil
O presidente [Lula] já deixou muito claro a sua prioridade de que o G20 na presidência brasileira deveria ser um G20 muito próximo da sua sociedade, e isso de uma forma muito concreta não só em palavras bonitas, mas em ações efetivas, como é o caso que nós estamos tentando fazer, afirmou o Sherpa brasileiro do G20 e embaixador Maurício Lyrio, durante a abertura do evento. Os sherpas são os líderes de cada país que encaminham as discussões e acordos até a cúpula final com chefes de Estado e de Governo.
“Nós queremos receber justamente as contribuições da sociedade civil a tempo de podermos preparar a declaração com antecedência, não é fácil negociar uma declaração entre 21 integrantes do G20, ainda mais com o grau de diferença que nós vemos hoje no sistema internacional. Então um primeiro apelo que eu faço ao Y20, que se inaugura nesse momento, é que procurem elaborar as propostas a serem incorporadas pelos governos até julho para que possamos receber essas contribuições”, acrescentou ele.
O chair do Y20 e presidente do Conselho Nacional da Juventude, Marcos Barão, explicou que o Y20 vai trabalhar neste documento de recomendação ao G20, consolidado as proposições das juventudes. “Precisamos entender que o G20 cumpre um papel determinante para geopolítica mundial, a gente tá falando de 85% do PIB Mundial, 75% do comércio internacional. São dois terços da população mundial e uma parcela significativa dessa população é jovem”, afirmou Barão.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, explicou que o G20 social é uma terceira trilha. As outras duas são a trilha geopolítica coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores e a trilha econômica coordenada pelo Ministério da Fazenda.“O presidente criou, de forma ousada, uma terceira trilha, que é o G20 Social. Aliás, todos os organismos internacionais que o Brasil presidiu nesse primeiro ano do governo ele traduziu a participação social, foi assim na Celac, nos Diálogos Amazônicos, na Cúpula da Amazônia e no Mercosul Social. Essa é a nossa tarefa. E o Y20, que é um grupo de engajamento que já existia no G20, mas que não tinha esse caráter de ampliação da participação social, agora estamos com esse desafio, o de ampliar as vozes da juventude para G20”, declarou ele.
Na mesma linha, o secretário Nacional de Juventude da SGPR, Ronald Santos, concorda que o desafio do Y20 é trazer a participação social de maneira verdadeira no G20. “Os grupos de engajamento são fundamentais, mas, às vezes, se tornam grupos muito fechados em círculos muito restritos que não conseguem refletir a representação do povo daquele país no debate que vai ser feito e a partir disso todas as recomendações que são encaminhadas aos sherpas acabam sendo recomendações que não refletem as aspirações mais urgentes da população. O que nós queremos é que o povo brasileiro possa conversar com os representantes destes países e apresentar suas demandas urgentes”, afirmou.
Para a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, a juventude “vai precisar ser o elo fundamental para dar as respostas que o nosso mundo tanto precisa” sobre a crise climática e sobre o combate à fome”.
Os dois temas, inclusive, fazem parte dos temas prioritários tanto para o G20 quanto para o Y20. Os outros temas sobre os quais os jovens dos países integrantes do G20 vão debater ao longo deste ano são: Reforma do sistema de governança global; Inclusão e diversidade e Inovação e futuro do mundo do trabalho.