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Segurança Alimentar e Nutricional
Crise climática: representantes da sociedade civil apresentam visões a partir dos sujeitos de direito e territórios
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- Foto: Divulgação Consea
Outro debate importante nesta semana, proporcionado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), durante a 2º plenária de 2024, realizada na última terça-feira (7), foi o painel sobre “Mudanças do clima: visões e perspectivas a partir dos sujeitos de direito e territórios”.
Adailma Ezequiel Pereira, é agricultora familiar da região do agreste paraibano, no Polo de Borborema. Ela faz parte da associação AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e atua para o fortalecimento da agricultura familiar e da promoção do desenvolvimento rural sustentável no Brasil. Para Adailma, a agroecologia é a saída para a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas.
“O que eu faço é vida. Tenho muito orgulho de plantar e cuidar da terra. Saber exatamente do que me alimento e ter a certeza de que estou bem nutrida. O que precisamos entender é que a agroecologia é uma das saídas para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas”.
A agricultora familiar defende que a prática da agroecologia pode combater a crise climática e a fome, conservando a biodiversidade e contribuindo para a promoção da saúde pública. “A promoção de um sistema alimentar de base agroecológica, desde a produção, o processamento, a comercialização, tornou-se uma necessidade, frente aos desafios globais que vivemos”.
Thaynah Gutierrez, da Rede por Adaptação Antiracista, também é uma voz dedicada à defesa dos direitos socioambientais e humanos. E, para ela, a pauta das mudanças climáticas é urgente, principalmente a discussão sobre os impactos desses fatores vivenciados de forma desigual por segmentos historicamente vulnerabilizados e atingidos pelas desigualdades e pelo racismo. Gutierrez pediu, durante a Plenária do Consea, que os governantes apresentem respostas de curto, médio e longo prazo à garantia da vida.
“Adaptação das mudanças climáticas é uma pauta urgente, do agora, todos os dias sabemos de mortes em territórios periféricos por causa das enchentes ou do calor extremo, por isso precisamos de ações efetivas e urgentes como políticas públicas aplicáveis que possam prever orçamentos para as cidades e garantir a execução de todo o processo”, completou.
Durante a Plenária do Consea, outros participantes também se manifestaram sobre a necessidade de reconhecimento dos povos indígenas e dos povos tradicionais como guardiões da terra, e, portanto, da necessidade de garantir a demarcação de Terras Indígenas e a titulação de comunidades quilombolas e reconhecer o direito ao território, água e terra dessas e de tantas outras comunidades.
Representantes da sociedade civil ainda discutiram sobre a necessidade medidas a curto, médio e longo prazos que promovam uma reparação história para os povos historicamente marginalizados que seja embasada em um modelo sustentável transversal que possa unir a agroecologia a outros direitos, como educação, saúde e alimentação adequada e saudável.