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Catadores de Recicláveis - RS
Comitê de inclusão social e econômica de catadores convoca reunião para tratar de ações no Rio Grande do Sul
- Foto: Vinicius | ASCOM/SGPR
A coordenação do Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC) convocou uma reunião emergencial do comitê, nesta terça-feira (14), para tratar da situação dos catadores afetados pelas enchentes do Rio Grande do Sul. O objetivo é implementar um plano de ação com o olhar específico para esses trabalhadores.
No encontro, que aconteceu de forma híbrida, foi apresentado um plano de ação para estabelecer a atuação do CIISC no atendimento aos catadores de recicláveis da região. O plano prevê três frentes de trabalho: emergencial, ações estruturantes e recuperação dos espaços.
O CIISC tem a intenção de realizar uma reunião com representantes de cooperativas e lideranças para apresentar o plano de ação, na próxima semana, no Rio Grande do Sul.
A primeira frente de trabalho se refere ao atendimento inicial aos atingidos, com entrega de mantimentos, água, remédios, gás, etc. A segunda irá tratar da logística do processo de limpeza das cidades afetadas e da destinação dos materiais de recicláveis, para serem destinados prioritariamente às cooperativas. A última frente, prevê a recuperação física das cooperativas e dos maquinários que foram destruídos pela água, além da articulação com governos locais para a destinação de recursos financeiros à reconstrução das cooperativas.
Cooperativas submersas
De acordo com o comitê, a situação desses trabalhadores é preocupante. Um levantamento realizado mostrou que em diversas cidades do Rio Grande do Sul há cooperativas que estão totalmente submersas.
Na capital, Porto Alegre, existem 13 cooperativas, que somam 400 catadores associados. Dessas, seis estão submersas. Há outros 1500 catadores de rua afetados, que não estão associados a nenhuma cooperativa e trabalham avulsamente. Em Canoas, são seis cooperativas submersas, afetando 140 catadores associados. Em Novo Hamburgo há duas cooperativas e 122 cooperados. Em Guaíba, há apenas uma cooperativa com 30 catadores de recicláveis.
Ação emergencial e estruturante
De acordo com o coordenador do CIISC, Flávio Schuch, o governo federal está totalmente mobilizado no auxílio da população gaúcha e o CIISC foi chamado para que tenha um olhar mais específico para os catadores. “A Secretaria-Geral está com uma equipe em campo, em Porto Alegre, desde a semana passada, em conjunto com outros ministérios e instituições que estejam atuando na região. A ideia é fazer um recorte da tragédia que está acontecendo no Rio Grande do Sul, para colocar uma lupa em cima dos nossos catadores e ver o que a gente pode especificamente fazer para ajudá-los”.
A secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência, Kelli Maffort, afirmou que a situação é dramática, mas que pode servir como uma oportunidade para que o governo crie políticas que sejam permanentes a esse público. “A excepcionalidade criada pela calamidade nos permite, realmente, sermos muito inventivos na questão de coisas que possam vir para ficar, as falas estão vindo muito nesse sentido. E é importante a gente ver essa situação, que é tão dramática, também com uma janela para poder avançar em algo que possa ser estruturante. Então, que a gente possa ter um olhar muito atento para essa situação, mas também para essa oportunidade que se abre”, finalizou.