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G20 SOCIAL
G20 Social na Trilha de Finanças: financiamento sustentável e padrões para taxação internacional estão entre as demandas apresentadas
- Foto: Jhonny Santos
Mais de duas mil organizações e 60 países estão representados nos treze grupos de engajamento que participam das discussões, as lideranças das favelas também participaram por meio do F20. “É um encontro histórico com demandas sociais inovadoras que confluem e dialogam com as prioridades da presidência brasileira, trazendo um ambiente de inovação para que as maiores economias do mundo se renovem a partir das propostas e dos bons exemplos de organizações sociais globais”, celebrou o ministro Márcio Macêdo, coordenador do G20 Social.
Dentre as recomendações levadas hoje pela sociedade civil, destacam-se: medidas para o financiamento sustentável e contra as mudanças climáticas; reforma dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs); facilitação do acesso aos financiamento para projetos de infraestrutura verde no Sul Global; medidas de redução do peso regulatório para pequenas e médias empresas e fortalecimento dos investimentos em mercados emergentes, bem como a criação de padrões para a taxação internacional e combate à evasão de divisas.
Tanto a sessão como a iniciativa do Brasil foram elogiadas por representantes da União Africana, Austrália, Egito, Turquia, Estados Unidos, Alemanha e as recomendações bem recebidas pelos países-membros.
Inédito e estratégico
Gustavo Westman, coordenador do G20 Social destacou que o ineditismo da reunião entre os deputies de Finanças do fórum e os GEs dá contorno à importância estratégica do momento, já que a Trilha tende a ser historicamente mais fechada à possíveis inovações de formato dos debates. Ele destacou que o que a sociedade civil leva ao G20 é a visão sobre como as pessoas sentem na pele as decisões tomadas pelo fórum e o que desejam sobre a economia dos países-membros.
“Existe um objetivo bastante específico que é discutir questões como a criação de um sistema financeiro de empréstimos mais justo, a reforma da governança e do sistema financeiro global, taxação de super ricos, discussão sobre débitos para que as dívidas dos países em desenvolvimento sejam perdoadas ou trocadas. O querem, em termos de questões financeiras, para que a gente possa ter um futuro mais justo, sustentável e com menos desigualdade”, explicou Westmann.
Equidade e desenvolvimento econômico
A presidente do Women 20, grupo de engajamento sobre o empoderamento das mulheres, contou que o documento produzido pelo grupo foi articulado com todos os países do fórum em um processo desafiador. Ela explicou que o resultado foram cinco recomendações aos governos do G20, que posicionam a equidade de gênero como central para o desenvolvimento econômico das mulheres e das nações.
“Nossa expectativa para essa é, principalmente, os temas de autonomia econômica e financeira das mulheres, através do empreendedorismo e da empregabilidade. Também queremos chamar a atenção para valorizar financeiramente o trabalho de cuidado, que é algo absolutamente fundamental, feito majoritariamente por mulheres, mas não é valorizado”, destacou Fontes.
Impulsionar o financiamento privado
Sobre o Business 20, a coordenadora Constanza Negri contou que o grupo apresentou recomendações para o fortalecimento da infraestrutura verde nos países do Sul Global, com foco na mobilização de capital privado para o financiamento da transição energética, por exemplo. Outra prioridade colocada aos representantes foi o estímulo à inclusão financeira especialmente para pequenas, micro, pequenas e médias empresas.
“Essas medidas são cruciais para garantir que as pequenas empresas possam participar ativamente do processo de transição verde, contribuindo para um desenvolvimento sustentável e inclusivo. Tem sido um momento muito importante de trabalho intenso, mas gratificante, sobretudo a escutar a reação positiva e a receptividade dos os delegados. Sentimos uma grande sintonia. As estrelas estão alinhadas para pensar em formas e metodologias inovadoras para alavancar essa agenda de financiamento para a transição na área de clima e sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico nos países do G20”, reforçou Negri.