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PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Oficina sobre educação popular envolve servidores de 15 ministérios
A política de participação social com educação popular nos territórios deve envolver todos os ministérios e órgãos públicos, além de precisar de um eficiente sistema de comunicação que chegue a todos os cantos do país. Com esse mote, foi realizada a “Oficina Concepções e Práticas de Educação Popular”, pelo teólogo e escritor Frei Betto, promovida pela Secretaria Nacional de Participação Social, com a participação de servidores de 15 ministérios.
Frei Betto falou sobre educação popular e como ela deve ser desenvolvida e levada para os territórios do Brasil, considerando um país plural e diversificado. Segundo ele, deve ser uma política transversal, em todas as políticas sociais, com educadores populares espalhados pelo território nacional. Ele disse que o governo tem ferramentas importantes para fazer educação política do povo.
Segundo ele, na formação política, na formação pedagógica, e na educação popular, quem deve estar no centro é o educando e não o educador. E o primeiro passo para a integração entre educadores e educandos é que ambos sintam-se valorizados.
Frei Betto disse ainda que as políticas sociais do governo federal devem contar com um acompanhamento político e um trabalho pedagógico para desenvolver a capacidade crítica dos beneficiários. E ressaltou o papel dos movimentos sociais, que devem ter plena autonomia e soberania em relação ao governo, que, segundo ele, só funciona sob pressão.
Para o teólogo, “os movimentos sociais são uma riqueza enorme do Brasil”. Ele disse que é importante que haja interação entre os movimentos que têm identidade para que as lutas somem esforços dando qualidade para a mobilização.
O escritor destacou a enorme capilaridade da educação popular considerando a amplitude dos ministérios e o grande aparato de comunicação do governo federal. Ele citou a estrutura da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), com redes de rádio, TV e digital. Para ele, ferramentas para tornar a comunicação agradável, atrativa e sedutora que desperte a conscientização. “Conscientizar, organizar, mobilizar”, afirmou.
Frei Betto ressaltou a importância da comunicação virtual e das redes digitais, lembrando o alcance e o fato de serem individualizadas. E questionou o futuro da grande mídia comercial que perde recursos de publicidade a cada nova forma de comunicação. O escritor disse que uma trincheira digital pode se dar de uma forma pedagógica para lidar com conteúdos políticos relacionados aos beneficiários de políticas públicas, como receptores de direitos resultantes de lutas e conquistas.
O escritor utilizou na oficina a técnica “dinâmica do diálogo rotativo" que deu oportunidade para todos os participantes falarem, interagindo com Frei Betto e entre eles. Reunidos em grupos, os servidores refletiram sobre as propostas apresentadas e manifestaram as suas conclusões.
Secretaria Nacional de Participação Social
Antes da oficina, o teólogo e escritor Frei Betto teve um encontro com a direção e os servidores da Secretaria Nacional de Participação Social (SNPS) para conhecer de perto o trabalho de participação social, participação digital e educação popular que está sendo desenvolvido no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
O Secretário Nacional de Participação Social, Renato Simões, disse que entre as diretrizes e estratégias da SNPS está a criação de instrumentos para ações massivas a partir de 2024, estruturação da política nacional de participação social, construção de marco normativo para aproximação dos territórios, entre outras iniciativas previstas.
Foram apresentadas prioridades na atuação da secretaria na educação popular, tema da oficina. Promover a educação popular vinculada aos processos de participação social, priorizando as ações nos territórios e fortalecendo iniciativas de educação popular no governo federal.