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PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Seminário discute presente e futuro da participação social no Mercosul
- Foto: Márcio Batista/MRE
Em busca de discutir o presente e o futuro da participação social no Mercosul, a Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério das Relações Exteriores promoveram, nesta terça-feira (10), o Seminário de Participação Social no Mercosul. O evento, que aconteceu no auditório Embaixador Wladimir Murtinho, no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF), reuniu cerca de 80 pessoas presentes, entre representantes do governo e da sociedade civil, e outras 100, que acompanharam as discussões de forma remota.
Figuras notáveis do cenário da participação social e de relações internacionais passaram pelas mesas, que ocorreram durante todo o dia. Participaram da mesa de abertura, a secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Coelho, e a ministra interina e secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores,a embaixadora Maria Laura da Rocha, que ressaltaram o compromisso do governo com o diálogo no Mercosul.
A mesa também incluiu a ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, cuja experiência e atuação nos movimentos negro e feministra acrescentaram uma perspectiva importante à discussão. Além dela, a presença de Quintino Severo, secretário-adjunto de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), reflete a inclusão de vozes da sociedade civil e sindical nas discussões e realça a relevância da participação social no âmbito regional.
A secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Coelho, destacou em sua fala que o Brasil vive um momento histórico, com a retomada das discussões sobre a participação social no Mercosul. “O Presidente Lula resgatou a centralidade da participação popular na formulação de políticas públicas, e colocou o Brasil, novamente, na vanguarda das discussões sobre os caminhos de nossa integração com os países vizinhos e com o mundo”, afirmou.
Maria Fernanda acrescentou que, desde julho, o Brasil assumiu a presidência ‘pro tempore’ do Mercosul com a missão de resgatar os valores e princípios que unem os países da região. “Apenas juntos conseguiremos construir um mundo mais justo. Apenas juntos conseguiremos evitar novos desvios democráticos. Apenas juntos conseguiremos lutar por um desenvolvimento mais sustentável e equilibrado no Cone Sul”, acrescentou.
A ministra interina e secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, enfatizou em seu discurso que o seminário é um importante evento para a organização da Cúpula Social do Mercosul, que ocorrerá pela primeira vez presencial em 7 anos, com a presidência pro tempore do Brasil no Mercosul.
“É fundamental retomar esse contato direto com a população dos estados-membros do Mercosul, condição essencial para a execução da diplomacia. Temas como participação social no Mercosul, o combate à fome e à pobreza na região, a questão climática e a redução das igualdades intra regionais são prioritários pela atual política externa do Brasil. Esses temas podem e devem ser debatidos por aqueles que são diretamente afetados por essas questões”, afirmou. Maria Laura destacou também o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Assembleia Geral da ONU, quando anunciou que o país iria adotar voluntariamente o 18º objetivo do desenvolvimento sustentável, que é o combate e a luta contra o racismo.
Já ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, fez um breve histórico sobre sua atuação com os movimentos sociais, ressaltando os movimentos ligados às mulheres, ao movimento negro e ao movimento negro de mulheres como protagonistas na luta antiracismo. Dentre as ações importantes para esses movimentos, ela destacou a criação de três universidades que incorporaram em sua grade curricular o trabalho feito pelos movimentos sociais e da sociedade organizada. São elas: a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e a Universidade Federal do ABC (UFABC). “Essas três universidades, criadas no primeiro mandato do presidente Lula, têm características diferenciadas, a Unila e a Unilab têm missão internacional. Esta primeira, com os países que estamos falando aqui”.
O secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT, Quintino Severo, afirmou que - como secretário-geral da coordenadora das centrais sindicais do Cone Sul -, o desafio para os movimentos sindicais da região é trazer para o debate da participação social o mundo do trabalho e as relações que serão estabelecidas com o povo do Cone Sul. “Nós temos o desafio no âmbito da coordenadora avançar na integração social. É importante que a nossa economia seja integrada, mas se a gente não integrar as pessoas que fazem a economia, certamente, a integração não será completa”, disse ele.
HOMENAGEM
O Seminário de Participação Social no Mercosul abriu os trabalhos homenageando a integrante da coordenação-executiva do Conselho de Participação Social da Presidência da República, dirigente feminista da Marcha Mundial das Mulheres, Nalu Faria. “Queremos dedicar esse seminário à companheira Nalu Farias, importante liderança do Partido dos Trabalhadores. Uma verdadeira militante internacionalista, Nalu dedicou toda sua vida à construção de um mundo justo e de igualdade, sem machismo, sem racismo e sem desigualdades de classe. A Integração latino-americana sempre foi uma prioridade dela, por isso não iremos hoje neste seminário pedir um minuto de silêncio e sim uma salva de palmas a essa mulher que nunca ficou em silêncio”, afirmou a assessora da SGPR, Michela Calaça.
A ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, também lembrou o tempo em que trabalhou com Nalu Faria na Sempreviva Organização Feminista (SOF), onde, segundo ela, realizou seu primeiro contato de trabalho com movimentos sociais.