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Mulheres quilombolas se reúnem em Brasília para debater resistência
- Foto: BRUNO PERES/ASCOM SGPR
Mulheres quilombolas do Brasil e de outros países compartilham suas histórias e experiências de luta e resistência durante o 2° Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas, organizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), em Brasília. Cerca de 450 mulheres de comunidades quilombolas participam de debates e diálogos em torno do tema central “Resistir para Existir”.
Na quarta-feira (14), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e a secretária-executiva da SG, Maria Fernanda Coelho, participaram do evento, que segue até o próximo domingo (18), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Macêdo participou da mesa de debate “Mulheres quilombolas, terras e territorialidade”, realizada na quarta à tarde, quando foram discutidas a regularização de terras quilombolas e a defesa da territorialidade como espaço sagrado, de vivência, pertencimento e cultura dos quilombos.
“Eu vim aqui para ouvir vocês. E queria dizer que mulher na luta é outra história, vocês organizadas é fundamental para trazer de volta as pautas importantes e civilizatórias do Brasil que se perderam nos últimos anos. Nenhum país do planeta cria um estado pleno se não vencer a desigualdade, e uma das formas de vencer a desigualdade é fazer um debate profundo sobre os territórios, onde as pessoas vivem e onde ocorrem os problemas”, afirmou.
Pela manhã, a secretária-executiva, Maria Fernanda Coelho, participou da abertura do evento, ao lado da primeira-dama, Janja Lula da Silva; da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; do ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; da secretária-executiva do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi; e de mulheres que fazem parte da história da Conaq, como as coordenadoras Givânia da Silva, Sandra Andrade e Maria Rosalina da Silva.
CONVITE À PARTICIPAÇÃO
Durante sua fala, Maria Fernanda defendeu a participação das mulheres quilombolas nas plenárias presenciais do PPA Participativo que a SG está promovendo nos estados. "Estou aqui hoje para destacar a importância da participação das mulheres quilombolas nas plenárias do PPA, contribuindo e apresentando propostas ao governo para o desenvolvimento de suas comunidades”, disse.
Maria Fernanda também convidou as mulheres quilombolas da região Amazônica a participarem dos Diálogos Amazônicos , de 5 a 7 de agosto, em Belém. Neste evento, governo e sociedade civil organizada debaterão temas importantes para a região que serão levados ao conhecimento dos líderes dos países durante a Cúpula da Amazônia, dias 8 e 9 de agosto, também em Belém;
HISTÓRIA E SOBERANIA QUILOMBOLA
Presente no evento, a quilombola Givânia da Silva, fundadora da Conaq e uma das principais representantes das comunidades tradicionais de quilombos do País, entregou um documento ao ministro Márcio Macêdo com as reivindicações das mulheres quilombolas discutidas durante o evento. “A Secretaria-Geral é fundamental na articulação do governo, para fazer com que essa pauta seja levada às pastas pertinentes e se transforme em ações do PPA e do orçamento”, disse ela.
Com mais de 20 anos de existência, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) segue na luta diária pela demarcação dos territórios e soberania do povo Quilombola no País, no enfrentamento ao racismo institucional, ambiental, social e cultural.