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SG participa de toda a programação da Marcha das Margaridas
- Foto: Bruno Peres/ASCOM-SGPR
Com estimativa de 100 mil participantes, a Marcha das Margaridas aconteceu em Brasília nos dias 15 e 16 de agosto. As mulheres trabalhadoras do campo, das florestas e das águas participaram, no primeiro dia, de plenárias, reuniões e atividades no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. No segundo dia, saíram em marcha até a frente do Congresso Nacional, onde ministras e ministros acompanhavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na entrega de um caderno com quase 300 páginas de respostas às demandas delas, que foram apresentadas ao Governo Federal ainda no mês de junho.
A secretária-executiva da SG, Maria Fernanda Coelho, participou de um dos painéis do primeiro dia de atividades das Margaridas. A secretária falou sobre a responsabilidade de ouvir a população no processo de participação social na reconstrução de políticas públicas para o bem viver. “Dois grandes processos que ficaram para nós: consolidar o processo de participação social. Consolidar a participação social com educação popular, com trabalho nos territórios, organizando a partir de lá, para que a gente possa refletir isso nas políticas públicas. E o segundo ponto é o orçamento participativo, a gente vai começar a fazer o debate, a disputa do orçamento, porque nós queremos mulheres na política, políticas públicas adequadas, mas também queremos que os recursos que vão acontecer na minha cidade, que elas venham também com a nossa definição de onde deve ser aplicado”, afirmou Maria Fernanda.
No ato de encerramento da Marcha das Margaridas 2023, o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, entregou, ao lado do presidente Lula, do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o caderno de respostas às demandas apresentadas pela organização da Marcha. “Aqui estão as respostas elaboradas por 27 ministérios dos quais, algumas, o presidente já vai assinar os decretos hoje. Dos quintais produtivos ao relançamento da Reforma Agrária do Brasil. Nunca antes na história do Brasil houve uma resposta tão consistente a essa marcha”, enfatizou o ministro Márcio.
O presidente Lula destacou os temas dos decretos assinados por ele durante o ato de encerramento. “A minha felicidade é ainda maior por assinar, na frente de todas vocês, esses atos que convergem para a autonomia econômica e inclusão produtiva das mulheres trabalhadoras rurais” ressaltou Lula.
Os decretos, assinados pelo presidente, estabelecem políticas públicas importantes como os quintais produtivos, a retomada da reforma agrária com preferência a famílias chefiadas por mulheres e o pacto nacional contra a violência contra mulheres. Demandas apresentadas pela organização da marcha ao Governo Federal ainda este ano.
A MARCHA - A Marcha das Margaridas é uma ação conduzida e protagonizada por mulheres trabalhadoras rurais do campo, da floresta e das águas com a finalidade de construir visibilidade pública e conquistar reconhecimento social e político. Ela é coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), suas 27 Federações e Sindicatos filiados, e se constrói em parceria com outros coletivos e movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais.
A Marcha inspira-se na luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina e líder sindical, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Alves foi cruelmente assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983.