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Lei declara Maria Lenk a patrona da natação brasileira
- Foto: Satiro Sodré / Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA)
Foi sancionado o Projeto de Lei nº 1.743, de 2019, que declara Maria Lenk Patrona da Natação Brasileira.
Maria Emma Hulga Lenk Zigler, nascida em São Paulo, em 1915, começou a nadar ainda jovem, às margens do rio Tietê, por incentivo de seu pai. Aos 15 anos já participava de competições de alto nível, como a tradicional Travessia de São Paulo, competição em que se consagrou vencedora nas edições de 1932, 1933, 1934 e 1935.
Em 1932, com apenas 17 anos, a nadadora paulista não só foi a primeira mulher brasileira a participar de uma edição das Olimpíadas – Jogos de Los Angeles, como também foi a primeira mulher sul-americana a participar dos jogos olímpicos, tendo sido a única mulher a compor a delegação brasileira que, mesmo não tendo subido ao pódio, escreveu seu nome na história do esporte.
Nas Olimpíadas de 1936, em Berlim, a atleta destacou-se pelo pioneirismo ao utilizar o nado borboleta, em uma prova de peito, que posteriormente foi oficializado como estilo de nado olímpico, em 1956. Já em 1939, quando estava em preparação paras os jogos Olímpicos de Tóquio de 1940 – que foram cancelados devido à Segunda Guerra Mundial – Maria Lenk quebrou os recordes mundiais de 200m e de 400m no nado peito, sendo a primeira brasileira a fazê-lo.
No ano seguinte, em 1940, a nadadora não se cansou de fazer história. Foi a única mulher a compor a delegação de nadadores sul-americanos que excursionou pelos Estados Unidos, onde quebrou 12 recordes norte-americanos.
Aos 27 anos, em 1942, anunciou sua aposentadoria como atleta, mas mesmo longe profissionalmente das piscinas, a nadadora não deixou de ser referência no esporte, uma vez que ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física da Universidade do Brasil, atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro, sendo também a primeira mulher a dirigir uma faculdade de Educação Física na América do Sul.
Já ao final da década de 80, Maria Lenk recebeu reconhecimento internacional ao ser incluída no Hall da Fama da Federação Internacional de Natação (FINA), em Fort Lauderdale, e, 12 anos mais tarde, também foi honrada com a Ordem Olímpica, concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a indivíduos que contribuíram para o movimento olímpico e sua evolução.
No Brasil, foi homenageada, em 2007, com inauguração do o Complexo Aquático Maria Lenk, o qual sediou as competições de natação dos Jogos Pan-Americanos desse mesmo ano.
Mesmo aposentada profissionalmente, a nadadora nunca abandonou as piscinas e bateu vários recordes mundiais nas categorias masters, sendo três para a categoria de 85 a 89 anos e outros três na categoria de 90 a 94 anos. Ainda hoje detém diversos recordes mundiais de masters, tendo sido homenageada com o Top Ten da entidade máxima do esporte por ser um dos dez melhores nadadores master do mundo.
A sanção representa, portanto, o reconhecimento e a homenagem pela relevância dos feitos históricos e contribuições deixados para o esporte por Maria Lenk.
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