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Blockchain aplicado a combate à corrupção e lavagem de dinheiro é tema de seminário
O uso da tecnologia Blockchain para o combate à corrupção e lavagem de dinheiro foi tema do seminário "Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro" (ENCCLA). O evento virtual, promovido nesta segunda-feira (21) pela AGU em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Secretaria de Modernização do Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República (SEME), tratou do combate à corrupção e debateu o uso da Blockchain pelos órgãos de governo.
A tecnologia Blockchain era inicialmente associada a criptoativos ou às criptomoedas. No entanto, sua evolução demonstrou a possibilidade de uso em diversas iniciativas também do setor público, como na segurança na troca de informações entre os órgãos de governo. Isso porque a tecnologia facilita o rastreamento e aumenta a confiabilidade de compartilhamento de dados e de informações.
Durante o evento, foram compartilhadas experiências internacionais, como a da União Europeia. O diretor executivo do International Association for Trusted Blockchain Applications (INATBA), Marc Taverner, relatou como foi o processo de criação da INATBA na Europa. Segundo ele, a instituição tem por objetivo promover discussões entre os entes públicos e privados sobre a tecnologia. “Queremos focar na governança e em modelos de cooperação”, explicou. Ainda segundo Taverner, é fundamental que haja um espaço de experimentação na administração pública para novas tecnologias, especialmente Blockchain.
O intercâmbio de dados entre os entes públicos e privados também foi destacada pelo secretário adjunto de Governo Digital do Ministério da Economia, Ciro Avelino. Para ele, é necessário questionar a possibilidade de a tecnologia ser usada para construir soluções customizadas para o cidadão. “E se usássemos o Blockchain para entregar ao cidadão todas as informações resguardadas pelo governo e possibilitássemos a ele decidir para que órgão ele entregará esses dados?”, questionou.
A governança dos dados também foi mencionada pelo especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) da Secretaria de Modernização do Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Bruno Maceio. Segundo ele, a possibilidade aventada por Avelino permitiria, por exemplo, que o cidadão se tornasse o CEO de seus dados, controlando o que exatamente os órgãos governamentais e agentes privados podem acessar. “As possiblidades são infinitas quando falamos de uma plataforma compartilhada”, concluiu.