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SG, MME e MCTIC realizam evento sobre nióbio com participação do Presidente da República
- Foto: FOTO: Neila Rocha - Assessoria/CGCS – MCTIC
FOTO: Neila Rocha - Assessoria/CGCS – MCTIC
O presidente da República, Jair Bolsonaro, esteve presente, na tarde desta quinta-feira, 05, no evento “Liderança brasileira na cadeia produtiva do nióbio”, seminário realizado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, por meio da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, em parceria com o Ministério de Minas e Energia e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O evento, estruturado em três painéis, apresentou as aplicações do nióbio na mineração e na metalurgia, e estimulou o debate acerca do mercado, de reservas e de desafios para aplicação e produção do mineral no País.
O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, abriu o evento agradecendo a iniciativa da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Secretaria-Geral da Presidência na colaboração e realização do seminário. “A mineração ainda não é tech, nem é pop como o agronegócio, mas é o setor de progresso e de desenvolvimento. Não há como falar em desenvolvimento sem pensar no setor mineral e seus mecanismos para a criação de condições de empreendimento e de geração de empregos”, ressaltou. Segundo Bento Albuquerque, cerca de 90% das reservas de Nióbio descobertas no mundo estão no Brasil. “Precisamos aumentar a possibilidade de investimento na exploração e melhorar a eficiência e a agilidade desse processo por meio da redução da burocracia. Além do mais, precisamos aumentar os investimentos em conhecimentos geológicos e avançar nas regulações que limitam o acesso a novas lavras”, destacou. “Consolidar a mineração como uma das forças motores para a economia é de fundamental importância”, concluiu.
O Secretário Especial de Assuntos Estratégicos, Maynard Marques de Santa Rosa, afirmou, durante sua fala na abertura do evento, que o setor mineral, muitas vezes, tem sido subestimado no País. “É preciso conhecer, integrar os esforços que ainda estão muito compartimentados. O Brasil precisa acordar para o setor mineral, que contribui com 4,4% do PIB. Na Austrália, por exemplo, esse percentual é de 9,4%”. Segundo o Secretário Especial, o Brasil só mapeou 30% de seu território geológico. “A SAE tem trabalhado no Programa Estratégico de Governo que trata a mineração como primordial para o desenvolvimento nacional. No caso do nióbio, estamos cientes de sua importância estratégica para a vanguarda tecnológica no Brasil”.
Além do Presidente da República, Jair Bolsonaro, e do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, compareceu ao seminário o Ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes e o Secretário-Executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Antonio Carlos Paiva Futuro. O evento foi realizado no auditório térreo do Ministério de Minas e Energia e contou com a presença de cerca de 100 convidados.
Utilidades do nióbio:
Cerca de 90% do nióbio mundial é utilizado para melhoramento do aço. Os usos consistem em:
- 34% - Setor de Construção Civil (estruturas mais leves e resistentes);
- 32% - Setor de óleo e gás (plataformas e tubulações de alta pressão);
- 20% - Setor Automotivo (chassis mais leves e resistentes);
- 9% - Aço inoxidável (aumento da resistência à corrosão e tolerância ao calor);
- 5% - Indústria (lentes especiais, eletrônicos e medicina).
Fonte: Niobras/CMOC Internacional Brasil
Mercado externo – a demanda pelo Nióbio no mundo:
A demanda para utilização de nióbio vem aumentando no mundo. Entre 1975 e 2017, de acordo com dados da CBMM, o mercado do nióbio aumentou 2.847%. O mercado global demandou pouco mais 118.000 toneladas de ferronióbio em 2018. Só o Brasil fornece cerca de 90.000 toneladas.
Os principais consumidores são: China (30%), União Europeia (19%) e América do Norte (12%).
A importância do Nióbio para o desenvolvimento tecnológico brasileiro:
A demanda por nióbio vem aumentando no mundo com o desenvolvimento de novos usos. O desenvolvimento de pesquisa e inovação para este recurso está alinhado com a visão de economia circular e da indústria 4.0. O mercado para seu uso tende a crescer.
O Brasil é o detentor das maiores reservas do mundo, porém a produção atual suporta a demanda do momento por pelo menos 200 anos. Assim, é fundamental avançar em programas de tecnologia do nióbio voltados para produtos e aplicações com foco no aumento do mercado.
O mundo precisará, nas próximas duas décadas, aumentar em cerca de 30% a oferta de energia (IBRAM, 2018). As novas fontes de energias alternativas (eólica, solar e elétrica) necessitam de minerais estratégicos para este novo ciclo da energia (nióbio, grafeno, cobre, lítio, níquel, etc.).
A importância do Nióbio para a economia brasileira:
O nióbio corresponde a 4,2% (US$ 1,75 bilhão) das exportações brasileiras de minerais metálicos.
O saldo comercial brasileiro de exportações teve superávit de US$ 66 bilhões em 2017. O setor mineral contribui com 30% deste montante. Do total de produtos exportados pelo Brasil, o setor mineral contribui com 13%.
Destino da produção do Nióbio:
- 79% da demanda do metal ocorrem na produção de aços microligados, sob a forma de ferronióbio;
- 10% são utilizados na fabricação de aços inoxidáveis e resistentes ao calor, também sob a forma de ferronióbio;
- 9% são direcionados à produção de superligas, sob a forma de óxido de nióbio e masterligas;
- Os 2% restantes atende a outros usos.
Possibilidades de exploração em termos de reservas no Brasil:
O Brasil detém mais de 90% das reservas mundiais de nióbio, com teor variando de 0,21% a 2,85%. As nossas reservas têm o maior teor do mundo, conferindo maior viabilidade financeira para exploração. Porém, outros países têm reservas de nióbio em condições de entrarem em operação de forma competitiva (Gabão, Rússia, Austrália, EUA, Canadá, Quênia, outros).
O Nióbio é o metal do futuro ou há uma janela temporária de oportunidades?
- O nióbio é o primeiro entre as matérias primas críticas, com alto risco do seu suprimento e elevado valor econômico;
- Pode ser substituído por vanádio, titânio, tântalo, tungstênio, molibdênio e outros em várias aplicações;
- O mercado para seu uso ainda é pequeno, mas tende a crescer;
- Para melhorar a qualidade do aço é necessário pequena adição de liga Ferro-Nióbio.
- O desenvolvimento de pesquisa e inovação para este recurso está alinhado com a visão de economia circular e da indústria 4.0;
- As novas tecnologias podem aumentar os usos atuas do nióbio;
- As exportações cresceram nove vezes de 2004 a 2017;
- O preço da liga Fe-Nb cresceu quase quatro vezes de 2006 a 2017.
Pode-se afirmar que há uma janela temporária de oportunidades, que pode ser ampliada, desde que sejam feitos investimentos no desenvolvimento tecnológico para aumento da demanda.
Fonte – SAE/SG/PR