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Parcerias com a Sociedade Civil
Painel 07 - Contribuições das OSC para a construção de novas economias
- Foto: Léu Britto
O painel abordou as contribuições das Organizações da Sociedade Civil (OSC) para a construção de novas economias, contando com a presença de especialistas que discutiram sobre a importância do associativismo produtivo e da sustentabilidade econômica das OSC. Coordenado por Tatiana de Souza Santos, chefe da Assessoria Especial de Economia Solidária da Secretaria-Geral da Presidência da República, a atividade contou com as participações de Gilberto Carvalho (MTE), Gisleide Carneiro (CNES), Claudete Costa (Unicopas), Lucas Ramalho (Enimpacto/MDIC), Joaquim Melo (Banco Palmas/Edinheiro) e Priscila Martins (Artemisia).
Tatiana de Souza Santos iniciou a sessão destacando a necessidade de garantir que políticas públicas cheguem à ponta. "Se a gente não der as mãos, se a gente não pensar como fazer com que toda e qualquer política pública chegue na ponta, ela não funciona". Gisleide Carneiro, conselheira do Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES), trouxe a experiência da Bahia e ressaltou os princípios da economia solidária, como autogestão, democratização e respeito à natureza. "A economia solidária busca uma saída, uma saída da recuperação das vidas, muito focada na questão de alternativa ou de um modo na geração de trabalho e renda," explicou Gisleide. Ela também destacou a importância de integrar práticas econômicas, sociais e ambientais para promover o bem viver nas comunidades.
Economia de Impacto e finanças solidárias
Priscila Martins, diretora de Relações Institucionais da Artemisia, apresentou a perspectiva da economia de impacto, que busca resolver problemas sociais e ambientais através de modelos de negócios. "A nossa visão é de que os problemas têm uma dimensão, uma escala muito grande, e que a gente tem que pensar diversos arranjos para tentar combatê-los", disse Priscila. Ela destacou a importância de combinar inovação, tecnologia e sustentabilidade financeira para abordar questões como educação, saúde, habitação e inclusão produtiva.
Joaquim Melo, fundador do Banco Palmas, compartilhou a trajetória de criação de um sistema financeiro alternativo e comunitário. "Os bancos não querem financiar os pequenos, os pobres. E se eles lá chegassem, fariam o povo empobrecer muito mais". Joaquim destacou o impacto positivo da moeda social, que gera e distribui riqueza dentro das comunidades. "A moeda social no Brasil é um patrimônio brasileiro, e eu acho que todos nós temos que defender e incorporar isso nessa grande contribuição da sociedade civil ao poder público".
Realidade dos catadores
Claudete Costa, presidenta da União Nacional das Organizações Cooperativistas e Solidárias (Unicopas), trouxe a perspectiva dos catadores de materiais recicláveis e a importância do capital de giro para a sustentabilidade dos negócios. "A conta não fecha", disse Claudete referindo-se às dificuldades enfrentadas pela categoria. Ela ressaltou a necessidade de políticas públicas que garantam apoio e inclusão para os trabalhadores que estão na ponta.
Desenvolvimento Sustentável
Lucas Ramalho, diretor da Estratégia Nacional de Investimento e Negócios de Impacto (Enimpacto), falou sobre a importância de promover economias mais justas, inclusivas e regenerativas. "Os problemas atingiram uma dimensão tamanha e a gente precisa pensar e ver como que a gente opera nesse cenário". Lucas lembrou que é urgente abordar a desigualdade e o aquecimento global, direcionando recursos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e apoiar empreendimentos sociais e solidários.
Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), encerrou o painel ressaltando a necessidade de transformar a sociedade através de novas formas de economia. "Nós não nascemos para governar sazonalmente o país. Nós nascemos para mudar a sociedade", afirmou Gilberto. Ele destacou a importância das OSC e da economia solidária como instrumentos para promover uma nova forma de produção, comercialização e consumo, baseada na solidariedade e na autogestão.
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