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COMBATE À FOME
Governo Federal regulamenta Programa Cozinha Solidária
- Foto: Roberta Aline/ MDS
Na Comunidade de Sol Nascente, na região administrativa de Ceilândia (DF), dona Sônia Silva, 57 anos, aguarda na fila da cantina do programa Cozinha Solidária para buscar o almoço de sexta-feira, que alimentará os cinco netos. No cardápio, feijoada completa, com arroz, couve e farofa. “Gosto também quando é peixe ao molho. A minha netinha mais nova vem correndo buscar a marmita dela. Ela diz que é a carne que ela mais gosta”, conta a avó que costuma buscar diariamente as refeições, acompanhada das crianças.
A ação faz parte do Programa Cozinha Solidária que, na última segunda-feira (08), foi regulamentada pelo Governo Federal com a publicação, no Diário Oficial da União, de duas portarias: a Portaria nº 977 que define regras e procedimentos para o cadastro e habilitação de Cozinhas Solidárias; e a Portaria nº 978, para o credenciamento de entidades privadas sem fins lucrativos no âmbito do Programa Cozinha Solidária.
“O Governo Federal reconhece estes equipamentos como uma tecnologia social relevante no combate à insegurança alimentar e nutricional e o compromisso assumido pelo Presidente Lula, de ter o combate a fome como uma prioridade de governo, segue direcionando os nossos trabalhos”, afirma o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
Espalhadas por diversas regiões do País, as cozinhas foram reconhecidas em julho de 2023, por meio da Lei 14.628/2023, e surgiram a partir de iniciativas da sociedade civil e de movimentos populares que se articularam e criaram espaços para preparo e distribuição de refeições, em resposta à realidade da fome que se acentuou com a pandemia de Covid-19.
“A cozinha solidária é uma experiência genuinamente popular. Ela não fornece apenas refeições saudáveis para as famílias, ela também vira um polo de organização e de desenvolvimento da comunidade”, completa a presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recine.
As cozinhas solidárias incentivam o cultivo de hortas urbanas comunitárias nos arredores de onde são servidas as refeições e assim colaboram para a soberania alimentar nas periferias. Em seus espaços também são oferecidos mutirões de apoio jurídico coletivo e individual, cines-debate, rodas de conversa com gestantes, oficinas culturais, cursos, reforço escolar para crianças e alfabetização de jovens e adultos.
Cozinha Solidária e PAA
Francisca Ferreira Sousa, a dona Chiquinha, como gosta de ser chamada, tem 63 anos e é agricultora do assentamento Canaã, localizado no Distrito Federal. Ela integra a Associação Agroecológica das Mulheres Rurais, uma cooperativa com cerca de 40 mulheres, e a cada 15 dias, ela realiza a entrega de alimentos orgânicos para a Cozinha Solidária da Comunidade de Sol Nascente. “Todos os alimentos são orgânicos. Tudo o que planto na minha terrinha, eu trago um pouco para cá”, conta.
Com a regulamentação do programa, dona Chiquinha consegue entregar os alimentos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A ação é possível porque ela vincula as cozinhas ao PAA. A medida será realizada com a doação de alimentos in natura e minimamente processados às cozinhas, entregues diretamente pelo PAA; pela oferta de refeições por meio de entidades gestoras; e apoio à formação e capacitação de colaboradores e parceiros.
A operacionalização do Programa Cozinha Solidária está a cargo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan).
“Por meio da reunião de esforços da comunidade, as Cozinhas Solidárias exercem papel fundamental, de maneira voluntária, em torno do objetivo de levar alimento a quem mais precisa. Além de contarem com doações de parceiros ou de pessoas, essas iniciativas agora podem contar com o apoio do Governo Federal que, por meio deste Programa, abraça as ações por todo país”, observou Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS.
Para mais informações sobre o cadastramento e credenciamento das Cozinhas Solidárias e das entidades privadas sem fins lucrativos que queiram atuar como instituições gestores, clique aqui.
*Com informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome