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G20 SOCIAL
Cúpula Social do G20: Consea integra plenária sobre combate à fome, pobreza e desigualdades
- Foto: Roberta Sousa / MDS
No segundo dia do G20 Social, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) da Presidência da República esteve presente em uma das três grandes plenárias do evento, que trouxe para o debate o “Combate à Fome, Pobreza e Desigualdades”.
A Presidenta do Consea, Elisabetta Recine, dividiu o palco com o Ministro de Estado do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias; Ibrahima Coulibaly presidente da Organização Pan-Africana de Agricultores (PAFO); e Nosipho Nausca-Jean Jezile, representante permanente da África do Sul junto à FAO e Presidenta do Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA). A plenária contou com a moderação da Secretária-Executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kelli Mafort.
Elisabetta reforçou a importância da participação social e do aprofundamento da democracia para dar sustentação aos governos populares de maneira que concretizem as transformações necessárias para erradicar a fome e a pobreza. Os objetivos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza só serão alcançados globalmente com um compromisso profundo e prático com uma governança representativa e democrática. A entrega pelo Presidente Lula do documento elaborado pela sociedade civil aos chefes de estado é um marco inédito no ambiente do G20.
A Presidenta do Consea reforçou que o Brasil tem legitimidade e experiência de levar para a Aliança Global sua experiência de governança a partir do que estamos implementando pelo SISAN. Destacou ainda que é urgente a articulação das agendas da justiça climática, justiça fiscal e tributária e justiça alimentar.
“Entregaremos ao Presidente Lula um documento que traz as nossas práticas, as nossas histórias, a realidade dos nossos territórios. E o presidente levará as nossas palavras para um ambiente que muitas vezes não tem escuta, sensibilidade, abertura aos seus povos. É a sociedade civil que dá sustentação para as reais transformações que precisamos e o que queremos é que o G20 se abra a essa participação legitima, representativa, livre de conflito de interesses, dentro dos espaços multilaterais”, destacou.
O Ministro Wellington Dias compartilhou os principais desafios que o Governo brasileiro enfrentou para seguir com a proposta da Aliança Global e agradeceu a presença da sociedade civil em todo o processo. Para ele, ter o combate à fome, à pobreza e às desigualdades na pauta da Cúpula dos principais líderes mundiais é a prova de que a participação social tem força e poder.
“A fome tem pressa. As crianças que passam fome têm urgência. Não podemos perder nenhum minuto. Contem com o Brasil. Até 2026, vamos tirar o país do mapa da fome novamente, vamos reduzir a extrema pobreza e também ajudaremos o mundo nessa batalha. Em 2030, quando concluirmos a agenda da ONU, olharemos para trás e lembraremos que fizemos parte desse processo e teremos um mundo melhor”.
Nosipho Nausca-Jean Jezile, Representante Permamente da África do Sul junto à FAO e Presidenta do Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA), parabenizou o Brasil pela iniciativa. Segundo ela, os níveis inaceitáveis de insegurança alimentar e nutricional que assolam o mundo, sobretudo os países em situação de maior vulnerabilidade, pedem transformações urgentes.
“A presidência do Brasil tem sido capaz de levar em consideração quais são os pontos importantes para acharmos respostas aos problemas sociais e econômicos que estão relacionados à insegurança alimentar e isso é muito importante para a governança global”, disse.
A África do Sul será assumirá a presidência do G20 e, para Embaixadora Nosipho Nausca, o país africano está preparado para dar continuidade ao G20 Social.
“Sabemos que ainda não é o suficiente, mas foi um ótimo começo, um primeiro passo protagonizado pelo Brasil. Eu tenho certeza que a África do Sul responderá à altura e não deixará a bola cair e vamos seguir avançando com todos os princípios delineados pelo Brasil”, concluiu.
O Presidente da Organização Pan-Africana de Agricultores (PAFO), Ibrahima Coulibaly (Mali/União Africana) expressou duras críticas aos governos dos países sobre a dificuldade na implementação de políticas públicas relacionadas à segurança alimentar e nutricional, bem como pela ausência de um consenso entre as nações sobre o combate à fome e a pobreza. Para ele, o problema não está na falta de recursos ou tecnologia, mas na falta de vontade política e divergência dos países que “estão preocupados apenas com os seus grandes interesses econômicos”.
“A Aliança é uma verdadeira oportunidade para que se façam as perguntas certas e se encontrem as respostas adequadas também. A agricultura ainda representa mais da metade do trabalho no mundo. É essencial apoiar e escutar os agricultores. Trabalhamos com dificuldades enormes. Precisamos de apoio político, de uma ajuda coerente, pois todo país tem a responsabilidade de alimentar a sua nação. A África hoje tem sede de soberania alimentar, social e política e queremos andar de mãos dadas com o Brasil para esse desafio”.
Ao final do debate, a Secretária-Executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Kelli Mafort, apresentou aos participantes a metodologia da conclusão do documento que será entregue neste sábado (16) ao presidente Lula, no Rio de Janeiro.
G20 Social Participativo
Nos últimos dez meses, foram organizadas dezenas de atividades e reuniões inéditas no G20 pela presidência brasileira, a partir da trilha do G20 Social. Pela primeira vez em 25 anos de história do G20, lideranças da sociedade civil sentaram-se à mesa com negociadores das trilhas de finanças e geopolítica do G20 para discutir propostas para os grandes desafios globais a serem encaminhadas para os chefes de Estado.
Em agosto, foi realizado na Fundição Progresso, no Rio, o Encontro Preparatório da Cúpula Social do G20, que contou com a participação de mais de 1.000 representantes de organizações da sociedade civil e movimentos sociais brasileiros com atuação de base, além de grupos de engajamento – que organizam os debates autogestionados e recomendações temáticas no G20.
Do encontro, saíram os textos-base colocados em consulta pública na página do G20 Social Participativo – ferramenta digital criada exclusivamente para o G20 Social. Os textos apresentaram a sistematização das propostas debatidas, conforme padrões internacionais de relatórios e documentos diplomáticos, sobre os três temas prioritários da Presidência brasileira do G20: combate à fome, pobreza e desigualdade; reforma da governança global e sustentabilidade, mudança do clima e transição justa.
Na plataforma trilíngue, a sociedade civil também pôde apresentar propostas, anexar documentos elaborados por coletivos ou indivíduos com reflexões sobre os assuntos prioritários da Presidência brasileira do G20, além de postar comentários por parágrafo. Foram, ao todo, 15 campos de contribuição para cada documento, por pessoa.
Para mais informações, acesse o site do G20: https://www.g20.org/pt-br
*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República