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Relatório Luz aponta risco de volta ao Mapa da Fome
Dados do documento mostram que país está longe de atingir Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e sofre com cortes orçamentários na área social. Imagem: Relatório Luz
“A gente pode hoje infelizmente afirmar que a situação está se agravando, não só pelo empobrecimento da população através de perda de postos de trabalho, mas também pelo fato de que os programas que poderiam atender mais diretamente [a população em vulnerabilidade social] não estão com orçamento necessário para poder fazê-lo. Então esse é o grande desafio agora. Vamos ter que voltar a uma situação de enfrentamento daquilo que achávamos que já estava superado”, explica Chico Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), sobre as conclusões apresentadas no Relatório Luz 2018 sobre o avanço da Agenda 2030 no Brasil.
No documento síntese lançado nesta quarta-feira (11), dados mostram que o país está longe de atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). As informações foram coletadas e analisadas por um grupo de trabalho formado por quarenta organizações da sociedade civil. No ano passado, um outro relatório elaborado pelo grupo já apontava a possibilidade do Brasil voltar ao Mapa da Fome. “As organizações da sociedade que realizam trabalhos diretamente com populações mais pobres vem trazendo depoimentos frequentes de situação de fome, muitas vezes até morte por desnutrição”, conta Chico Menezes.
O grupo analisou 121 das 169 metas que compõem os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e apresenta com um diagnóstico, além de recomendações para reverter a atual situação e alcançar a meta até o ano de 2030. “O relatório coloca que a Emenda Constitucional 95 teve uma responsabilidade grande, à medida que ela congela os investimentos na área social por vinte anos. Nesse sentido, essa alteração que foi feita na Constituição vai ter que ser revogada”, afirma Chico Menezes.
Fonte: Ascom/Consea