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"Ninguém pode morrer de sede na beira de um rio"
Jamilton Magalhães, o Carreirinha, é representante de comunidades de fundo e fecho de pastos, no município de Correntina, Bahia, que fica a 920 quilômetros da capital, Salvador. A expressão "fundo e fecho de pasto" refere-se a camponeses que vivem da criação familiar de gado orgânico, sem rações e respeitando o ciclo do capim, atividade que ajuda a preservar a área e a mata das redondezas.
Na manhã deste domingo (18) ele foi um dos participantes de debates na Universidade de Brasília sobre a água como direito humano. A atividade faz parte da programação do Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama 2018), que, como o nome diz, é um conjunto de atividades paralelas ao evento oficial, ambos ocorrendo na capital federal até a próxima sexta-feira.
Carreirinha falou sobre a situação vivida no município baiano, onde há mais de 40 anos existem conflitos por conta da luta pela água entre comunidades tradicionais e o agronegócio. Ao final de sua apresentação, ele disse: “Ninguém pode morrer de sede na beira de um rio”. Referia-se, naturalmente, às populações que vivem às margens dos rios da região, ameaçadas pelo processo de privatização da água.
A atividade foi promovida pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Ministério Público Federal (MPF), Escola Superior do Ministério Público da União e organizações da sociedade civil, como o Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase).
Os debates foram divididos em três painéis, focando a água como um direito e não como mera mercadoria. Todas as informações sobre o Fama podem ser obtidas no site oficial do encontro: http://fama2018.org.
Fonte: Ascom/Consea