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Mercosul terá rótulo frontal de alerta em alimentos
Os países que compõem o Mercosul vão adotar rotulagem frontal para tornar a leitura mais simples e alertar o consumidor dos componentes nutricionais dos alimentos. A medida proposta pelo governo brasileiro foi tema de uma declaração assinada pelos ministros da Saúde do Brasil, Gilberto Occhi; da Argentina, Adolfo Luis Rubinstein; do Paraguai, Carlos Morinigo; do Uruguai, Jorge Basso e o do Chile, Alfredo Bravo. Todos participam da 42ª Reunião Ordinária de Ministros de Saúde do Mercosul, em Assunção, no Paraguai, que, além da segurança alimentar e nutricional, tratam de temas como acesso universal à saúde, medicamentos essenciais, tabagismo, doenças imunopreveníveis e migração.
Para o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, o rótulo frontal é uma importante ferramenta na luta contra obesidade e sobrepeso. “Temos uma preocupação crescente com o aumento da obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Todos temos responsabilidade com a saúde. Queremos dar, assim, condições para que as pessoas possam fazer escolhas melhores e mais saudáveis, contribuindo para esse esforço de prevenção de doenças”, destacou.
O rótulo localizado na frente dos alimentos irá facilitar e tornar o entendimento mais claro da quantidade contida nos alimentos de nutrientes considerados críticos, como o açúcar, sódio e as gorduras totais, trans e saturadas, que estão associadas a doenças crônicas, como a hipertensão e o diabetes. Além disso, a proposta inclui que o rótulo alerte a população do conteúdo excessivo desses nutrientes, que determine um limite máximo e que permita a opção de escolha do melhor alimento, em questões nutricionais ao consumidor.
A medida considerou o crescimento do sobrepeso e da obesidade em todos os grupos etários, que hoje afetam os países do bloco Mercosul. No Brasil, dados da Vigitel 2017, apontam que 54% da população estão com excesso de peso e 18,9% estão obesos entre os brasileiros.
Ações para incentivar consumo de alimentos saudáveis
O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. O Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. Durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, realizado em março, em Brasília, o país assumiu como compromisso deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.
Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. Em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o Ministério também conseguiu retirar mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos. O país também incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa Academia da Saúde com mais 4 mil polos habilitados.
Alimentos com muito açúcar terão alerta
O Brasil apresentou proposta de nova rotulagem de alimentos e acordo com a indústria para redução de açúcar em alimentos ultraprocessados durante a Assembleia Mundial da Saúde, em maio deste ano, na Suíça. As medidas visam facilitar a compreensão do consumidor e trazer orientações claras para escolhas mais saudáveis.
A discussão de um novo modelo de rotulagem está sendo conduzida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com a ajuda do Ministério da Saúde e de entidades do setor saúde, indústrias e institutos de defesa do consumidor. Modelos como o apresentado pela Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia), o adotado pelo Chile, o desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o da Fundação Ezequiel Dias (Funed) estão sendo debatidos e considerados pelos participantes. As discussões começaram em 2014 e contaram com a contribuição de consumidores brasileiros, que participaram através de pesquisas.
Fonte: Ministério da Saúde