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Le Monde Diplomatique publica artigo da presidenta do Consea sobre crise de abastecimento
Os circuitos curtos possibilitam o contato, com poucas etapas, entre produtor e consumidor e permitem reforçar o aspecto público e a valorização de pequenos produtores, produtores agroecológicos e orgânicos e cooperativas.
A edição brasileira do Le Monde Diplomatique publicou em seu site nesta quarta-feira (30) o artigo intitulado “Por que uma crise de abastecimento em tão poucos dias?”, de autoria de Elisabetta Recine, professora da Universidade de Brasília (UnB), pesquisadora e presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
“O clima de insegurança alimentar vivido nos últimos dias está longe de acabar. Após a normalização do transporte no País, a crise gerada pelo desabastecimento trará efeitos na inflação dos preços dos alimentos, decorrente da instabilidade provocada por um modelo de produção que privilegia a grande produção e as grandes redes varejistas”, alerta Elisabetta Recine.
Para a presidenta do Consea, “a insegurança no abastecimento gerada pelo movimento dos caminhoneiros demonstrou a urgência da adoção de uma política de abastecimento alimentar capilarizada que fortaleça os circuitos curtos de produção e consumo”. Segundo ela, os circuitos curtos possibilitam o contato, com poucas etapas, entre produtor e consumidor e permitem reforçar o aspecto público e a valorização de pequenos produtores, produtores agroecológicos e orgânicos e cooperativas.
No texto, Elisabetta Recine afirma também que a opção pelos circuitos curtos de produção reduz a “pegada ecológica” não só no modo de produção, mas também na cadeia de comercialização, diminuindo a emissão de dióxido de carbono na atmosfera e a dependência dos transportes que se utilizam de combustíveis fósseis.
“Não se pode minimizar os riscos de crise de abastecimento perante situações de calamidade ou conflito que dificultem ou impeçam a circulação dos meios de transporte utilizados para ultrapassar a distância entre a produção e o consumo, nos modelos tradicionais”, avalia Elisabetta.
“É necessário fortalecer uma política de estocagem de alimentos, com o estabelecimento de plano de contingência que permita garantir o abastecimento da população brasileira em períodos críticos, com estabilidade de preços”, sugere ela. “Sem consertar as causas, não há como tratar as consequências”, conclui.
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Fonte: Ascom/Consea e Le Monde Diplomatique