Notícias
Guia Alimentar é tema de painel no Conbran
Inês Ruganni: "Ao serem descascados, quebrados, aquecidos e desidratados, os alimentos passam a não preservar mais a sua matriz celular e isso afeta a maneira como os nutrientes chegam ao nosso intestino”.
Quais os caminhos para disseminar melhor as orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira entre os profissionais da área de educação, saúde e nutrição? O tema foi debatido em painel nesta quinta-feira (19) no 25º Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran), evento que reúne em Brasília até o próximo sábado (21) mais de 4 mil nutricionistas, estudantes, pesquisadores e profissionais da saúde.
No painel, coordenado pela conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) Inês Rugani, a nutricionista Maria Aparecida do Nascimento falou sobre a importância do Guia Alimentar para esclarecer a população sobre a forma como os produtos ultraprocessados atuam no organismo. “Ao serem descascados, quebrados, aquecidos e desidratados, os alimentos passam a não preservar mais a sua matriz celular e isso afeta a maneira como os nutrientes chegam ao nosso intestino”, explicou.
A nutricionista clínica Virgínia Nascimento destacou a importância do Guia para desfazer os vários mitos presentes na educação alimentar e para a orientação de planos alimentares. “O direito humano à alimentação adequada deve ser um tema prioritário para todos os profissionais da nutrição”, ressaltou ela.
Para a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michelle Lessa, um dos desafios é transformar o conteúdo do Guia Alimentar numa linguagem mais atrativa para o público adolescente, que possa ser utilizada nas escolas. “O caminho é influenciar os influenciadores, para que estes sejam nossos porta-vozes do Guia Alimentar”, concluiu.
Guia Alimentar para a População Brasileira
Uma das mais completas obras sobre alimentação e nutrição, pensada especificamente para a população brasileira, o guia ― lançado em 2006 e reeditado em 2015 ― aborda a alimentação de uma forma abrangente, em vez de trabalhar com grupos alimentares e recomendações de tamanho de porções, por exemplo.
A publicação foi elaborada pelo Ministério da Saúde em parceira com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Universidade de São Paulo (USP).
O guia chama a atenção também para as estratégias publicitárias que a indústria alimentícia se utiliza para “seduzir” adultos ― e, especialmente, crianças e adolescentes ― para o consumo de produtos ultraprocessados como salgadinhos “de pacote”, bolachas recheadas, refrigerantes e cereais matinais.
Clique aqui para acessar o Guia Alimentar.
Reportagem: Francicarlos Diniz
Fonte: Ascom/Consea