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É essencial o debate sobre a qualidade dos nossos alimentos, defende conselheira
Por que temos que aceitar que um alimento só tem qualidade a partir de um padrão definido, sem levar em conta que esse é um conceito que pode ser construído socialmente? O questionamento foi feito por Vanessa Shottz, conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), durante o último dia do 25º Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran).
Vanessa, que representa no Consea o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (FBSSAN), falou na Tenda Josué de Castro sobre o objetivo de grandes corporações de tornar os alimentos simples mercadorias. “Se formos pensar nas estratégias de segurança alimentar global, veremos que o objetivo é tornar o alimento sem identidade. Um alimento vindo de qualquer lugar para lugar nenhum”, disse ela.
A cultura alimentar também foi tema em debate na roda de conversa. “A defesa da cultura alimentar é uma das principais estratégias de soberania alimentar, que é o direito dos povos de não só consumir, mas também de plantar”, disse a conselheira. “Tem gente morrendo pra defender o direito de se alimentar e por cuidar pra que alimentos da nossa diversidade não desapareçam. Ficaremos parados? Essa luta é nossa e em defesa do nosso patrimônio”, concluiu ela.
O Conbran foi realizado entre os dias 18 e 21 de abril e contou com a participação de cerca de 4 mil nutricionistas, estudantes, pesquisadores e profissionais da saúde.
Reportagem: Nathan Victor (estagiário), com supervisão de Beatriz Evaristo
Fonte: Ascom/Consea