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Desenvolvimento de crianças menores de 2 anos é foco de próximo guia alimentar
Desenvolvimento de crianças menores de 2 anos é foco de próximo guia alimentar
Um guia com recomendações e informações sobre como alimentar crianças nos dois primeiros anos de vida está em construção e deve ser publicado no próximo ano. O Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 Anos é uma produção do Ministério da Saúde, elaborado pela Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN), e tem como objetivo promover saúde e o adequado crescimento e desenvolvimento.
A primeira versão do Guia foi publicada em 2002, como o primeiro documento oficial a trazer diretrizes para a alimentação adequada e saudável das crianças brasileiras. “O guia anterior já tem mais de dez anos. Houve uma mudança no perfil epidemiológico da população, como o aumento da obesidade e das doenças crônicas. Também houve a publicação de várias novas referências sobre alimentação”, explica a coordenadora da CGAN/MS, Michelle Lessa. “De uma forma bem simples, o novo guia vai trazer informações importantes e mais atualizadas sobre o que é correto na alimentação a criança”, completa.
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) está apoiando tecnicamente a revisão do Guia sob a coordenação da professora Inês Rugani, que também é conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). “A ideia é que o Guia ofereça subsídios, abordagens, recomendações e orientações que deixem as famílias com mais autonomia para cuidar da alimentação das crianças menores de dois anos e fiquem mais empoderadas para lidar com as questões do dia a dia em relação a essa alimentação”, afirma ela.
A conselheira destaca que o guia também aprofunda a conversa sobre culinária. “Existe uma sessão dedicada a isso com várias dicas e orientações para as famílias, apresentando sugestões de receitas para essa faixa etária que possam ser usadas em várias regiões do Brasil”, conta Inês Rugani. As receitas foram coletadas a partir de uma chamada pública que recebeu diversas contribuições de todo o país.
A organização teve a preocupação em detalhar como deve ser o cuidado com as crianças para garantir seu pleno desenvolvimento com colaboração de todos os envolvidos na criação. “O cuidado da criança não depende só de um membro da família, não depende só da mãe que geralmente fica a frente desse cuidado. Toda a abordagem do guia busca valorizar a importância da família se organizar para cuidar da criança e se envolver nesse cuidado”, diz ela. O guia também apresenta diretrizes importantes sobre a amamentação e a introdução de novos alimentos após o período de aleitamento materno exclusivo.
Para a conselheira, além de orientar a população, esse conjunto de recomendações deve servir para pensar políticas públicas amplas como a agenda regulatória de proteção da infância, rotulagem de alimentos, publicidade dirigida para crianças. “Por mais que a família se dedique e cuide da alimentação, se a gente tiver um ambiente que não facilite esse cuidado com a criança, fica muito mais difícil para as famílias”, alerta.
A nova publicação começou a ser construída em 2015 com oficinas de escuta, contando com as contribuições de profissionais da área de saúde, especialistas, ativistas, representantes de governo e mães. A partir desse processo, foi desenvolvida a proposta que está aberta para consulta pública até o dia 25 de agosto no Portal do Ministério da Saúde. “Essa versão que foi para a consulta pública já incorporou as sugestões de vários parceiros e atores sociais importantes em relação a alimentação, segurança alimentar e nutricional, crescimento infantil, amamentação”, explica Inês Rugani.
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Fonte: Ascom/Consea