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Conselheira lança livro em que aborda racismo e machismo
Capa de livro vermelha. Texto: Dororidade, Vilma Piedade
“Dororidade”. Você ainda não encontrará essa palavra nos dicionários, mas ela faz parte do cotidiano de muitas mulheres brasileiras, principalmente das mulheres negras.
O termo é explicado no livro de mesmo nome, de Vilma Piedade, conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), onde representa a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro).
Para a autora, especialista em Literatura Brasileira, a expressão "Dororidade” carrega no seu significado a dor provocada pelo machismo em todas as mulheres.
“Quando se trata de mulheres pretas, tem um agravo nessa dor, agravo provocado pelo racismo, que vem da criação branca para manutenção do poder. Aí entra a raça. E entra gênero. Entra classe. Sai a ‘Sororidade’ e entra ‘Dororidade’”.
Segundo Vilma, o conceito “Dororidade” tem circulado não só em debates e pesquisas acadêmicas, mas em sites e grupos feministas e antirracistas; em aldeias indígenas, comunidades quilombolas e ribeirinhas.
“Em um encontro feminista no Rio, uma mulher quilombola me disse que sua avó adorou o conceito e que o chamou de ‘doridade’. É isso que é importante: que seu uso seja entendido e espalhado”.
Em “Dororidade”, que tem prefácio da filósofa e escritora Marcia Tiburi, a conselheira questiona: “Nesse jogo cruel do racismo, quem perde mais? Quem está perdendo seus filhos e filhas? Todos pretos. Todas pretas. A resposta está estampada nos dados oficiais sobre o aumento do genocídio da juventude preta”.
Serviço
Livro: Dororidade, 64 páginas
Autora: Vilma Piedade
Editora: Nós
Preço: R$ 30
Fonte: Ascom/Consea