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Chef de cozinha e conselheiras debatem a alimentação saudável para crianças
“O Estado, a família, a escola e a sociedade são responsáveis pela garantia dos direitos das crianças”. A afirmação foi feita pela conselheira Ekaterine Karagiorgiadis Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em bate-papo realizado na tarde de sexta-feira (20), no 25º Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran), em Brasília.
“Uma criança não tem condições de saber [diferenciar] o que é uma informação e o que é uma propaganda”, disse ela, que é advogada do Instituto Alana, entidade que atua em defesa da criança. “É por isso que nós defendemos a necessidade de regulação da publicidade de alimentos que é dirigida ao público infantil.
“Nós temos 40 milhões de brasileiros de menos de 12 anos de idade e precisamos proteger esse público, respeitar os seus direitos”, disse ela. “Aproveito esse congresso para convidar os nutricionistas a defenderem essa pauta, a agenda regulatória”, concluiu ela.
A mesa era fundamental
Bastante concorrida, a atividade atraiu cerca duas centenas de pessoas em torno do estande do Ministério da Saúde, sob mediação da também conselheira Inês Rugani, que é professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), e com participação da chef de cozinha, escritora e apresentadora de TV Rita Lobo.
“A mesa [antigamente] era um lugar fundamental na vida familiar. A família reunida sentava para comer, para falar, para brigar, para falar”, lembrou Rita Lobo, falando sobre a introdução alimentar no período da infância e defendendo hábitos e tradições alimentares. “Uma das coisas mais graves do alimento industrial é esta que ele corrompe esses hábitos, as pessoas mais velhas hoje comem na frente da televisão, os mais jovens comem olhando o celular”, exemplificou ela.
Pessoas invisíveis
A conselheira Inês Rugani destacou conceitos que precisam ser lembrados pelas pessoas que atuam no campo a segurança alimentar e nutricional. “Quero convidar todos vocês para que somemos o conceito de comida de verdade à ideia de que ele é feita por gente de verdade. Nós falamos muito da comida e não falamos das pessoas, pessoas invisíveis, que garantem a comida de verdade”, lembrou ela.
“O camponês, o agricultor familiar, a merendeira da escola, a moça que cozinha no hospital, essas pessoas são invisíveis, e quando nós não falamos delas, nós perpetuamos a invisibilidade”, completou. “Eu ouvi um depoimento de uma agricultora familiar no Rio de Janeiro, ela disse que o filho não quer mais ser agricultor familiar, porque essa atividade não dá ibope. Mas eu pergunto: não deveria dar? Não deveria ser o máximo a pessoa produzir a comida que outras pessoas vão comer? Então eu fiquei chocada com esse depoimento."
Fonte: Ascom/Consea