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“A rede camponesa é mais inovadora do que a cadeia industrial de produção de alimentos”, diz pesquisador canadense
O pesquisador canadense Pat Roy Mooney é um crítico fervoroso do uso das sementes geneticamente modificadas nas lavouras. Com mais de quatro décadas de experiência no campo da biotecnologia e da biodiversidade, ele é ainda mais enfático em sua preocupação com os impactos da transformação biotecnológica que está acontecendo no campo.
“Pode parecer um pouco sarcástico, mas as sementes geneticamente modificadas estão ficando cada vez menos relevantes, porque as empresas estão indo além dos organismos geneticamente modificados convencionais, no sentido de uma nova geração de biotecnologia, que é muito mais poderosa e muito mais perigosa. Não temos ideia se isso é seguro”, alerta o pesquisador, em entrevista ao site “Brasil de Fato”.
Autor de Seeds of the Earth: A Private Or Public Resource? (O Escândalo das Sementes: o Domínio na Produção de Alimentos), Mooney questiona também a tão propalada eficiência do sistema industrial de produção de alimentos. “A rede camponesa de produção de alimentos é imensamente mais inovadora, bem-sucedida e eficiente econômica e financeiramente do que a cadeia industrial de produção de alimentos”.
O pesquisador explica que a inovação da cadeia industrial de produção de alimentos é extremamente confinada e não tem o mesmo escopo de inovação que os camponeses têm. “Quase metade de todas as pesquisas conduzidas hoje sobre colheitas nessa cadeia se concentra em uma única cultura: o milho. Enquanto isso, os camponeses trabalham com sete mil espécies diferentes de culturas”.
Mooney pondera os impactos desse cenário para a segurança alimentar mundial. “Quem tem mais condições de ajudar o mundo a lidar com as mudanças climáticas e todas as crises que esperamos enfrentar no futuro: uma rede campesina de produção de alimentos, com uma imensa diversidade e altamente descentralizada, ou uma cadeia industrial de alimentos altamente centralizada e concentrada que trabalha com pouquíssimas espécies e variedades de plantas?”
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Fonte: Ascom/Consea