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Sistemas alimentares sustentáveis e promotores de alimentação saudável exigem vontade política
Relatório dos Especialistas de Alto Nível do Comitê Mundial de Segurança Alimentar da FAO traz 10 recomendações para governos e organização da sociedade, a fim de garantir a segurança alimentar e nutricional no mundo. Imagem: Consea
Um conjunto de fatores, entre eles, mudanças climáticas, movimentos migratórios forçados, pressões comerciais tem repercutido nos sistemas alimentares e dietas tradicionais nas últimas décadas. Neste cenário, liderança e vontade política, além de uma governança inclusiva que reduza desequilíbrios de poder – em nível local e global, estão entre os elementos cruciais para melhorar a qualidade da alimentação e garantir a segurança alimentar e nutricional, destaca o Relatório Nutrição e Sistemas Alimentares, cujo resumo e recomendações foi recentemente divulgado. O relatório foi produzido pelo Painel de Especialistas de Alto Nível (HLPE, na sigla em inglês) do Comitê Mundial de Segurança Alimentar (CSA). O texto será lançado em sua integra durante a 44ª Sessão Plenária da entidade, que será realizada em Roma (Itália), na semana que antecede o Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro. A partir de seu lançamento abre-se um período de negociações entre os países para seja definido um plano estratégico de ação, a ser aprovado na sessão de 2018.
O objetivo do documento é analisar como os sistemas alimentares influenciam a alimentação e a nutrição, trazendo para esta análise três grandes aspectos. Um deles é enfatizar o papel da alimentação como a conexão essencial entre os sistemas alimentares e a saúde e nutrição. Outro aspecto é destacar o papel central do ambiente alimentar na facilitação de práticas alimentares saudáveis e sustentáveis. E, por fim, considerar os impactos da agricultura e dos sistemas alimentares na três dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
O relatório faz ampla análise sobre a influência de diversos fatores sobre a alimentação e os sistemas alimentares, incluindo as cadeias de valores, os ambientes e práticas alimentares, considerando fatores econômicos, sociais e tecnológicos. A partir da análise de diversas variáveis o relatório propõe uma tipologia dos sistemas alimentares: tradicionais, mistos e em transição.
Recomendações
São apresentadas recomendações aos governos, organizações intergovernamentais, sociedade civil e setores envolvidos com os sistemas alimentares e nutrição no sentido de contribuir para a realização progressiva do direito humano à alimentação adequada.
As recomendações abrangem os seguintes campos:
1. Fortalecimento e integração das POLÍTICAS NACIONAIS, PROGRAMAS E ORÇAMENTOS
De NUTRIÇÃO
2. FORTALECimento da COOPERAÇÃO GLOBAL PARA erradicar A FOME E todas as formas de má nutrição
3. Prevenção de IMPACTOS de ACORDOS COMERCIAIS E DE INVESTIMENTO SOBRE ALIMENTOS, AMBIENTES E alimentação
4. Desenvolvimento de ações específicas para prevenir e controlar problemas nutricionais em grupos mais vulnerabilizados
5. Promoção e proteção dos direitos das mulheres
6. RECONHECimento e prevenção de CONFLITOS DE INTERESSE
7. Aprimoramento e expansão dos sistemas de informações e pesquisa sobre sistemas alimentares, alimentação e nutrição;
8. expansão das oportunidades de resultados positivos em relação à alimentação saudável ao longo das diferentes etapas dos sistemas alimentares;
9. Promocão e proteção de AMBIENTES ALIMENTARES saudáveis
10. Aumentar a demanda por alimentos e alimentação saudável
Fonte: Ascom/Consea