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Qualidade e sabor: do produtor ao consumidor
Helvécio produz leite, queijo e iogurte sem aditivos químicos em sua propriedade.
Há nove anos, Helvécio Soares deixou a iniciativa privada para tocar o próprio negócio. Na chácara da família, a cerca de 50 quilômetros de Brasília (DF), deu início a plantação de hortaliças e a criação de algumas vacas. Um ano depois, o investimento não deu o retorno esperado. Os valores de venda dos produtos não cobriam os custos da produção e foi preciso procurar um novo mercado. “Você precisa ir mudando, melhorando, investindo”, afirma.
Seu Helvécio desfez a estrutura que tinha montado para o plantio e, com recursos próprios, começou a investir no pasto. Comprou mais vacas e começou a vender leite. Natural, direto da vaca, nada de conservantes ou aqueles aditivos que vêm nas caixinhas vendidas nos supermercados. Ainda dava pra ir além. E foi aí que ele procurou capacitação na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para produzir iogurte e queijo. “Eu já fazia queijo mas procurei me aperfeiçoar, fiz curso de boas práticas de fabricação”, conta ele.
Para conseguir o registro dos produtos derivados do leite, a churrasqueira da família deu lugar a uma pequena estação de produção, construída de acordo com as normas dos órgãos competentes. Os produtos registrados passam por análise microbiológica a cada três meses e devem seguir um padrão rigoroso de qualidade.
“O registro é de suma importância. Ele pode entrar em qualquer mercado, feira, sem correr o risco de ser multado ou ter o produto confiscado. A Emater faz a orientação e a Dipova [Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal]. Os dois órgãos trabalham juntos para garantir a qualidade do produto”, explica Andrea Gonçalves, especialista da Emater-DF. No Distrito Federal, a Emater tem dezesseis escritórios onde o pequeno produtor pode fazer o cadastro e contar com a orientação de profissionais especializados.
Tudo que é produzido na propriedade do Seu Helvécio é vendido por ele mesmo. “Eu prefiro fazer com qualidade e não vender para atravessador. Prefiro fazer menos peças de queijo por semana e não entregar pra mercado nenhum. Vendo direto para o consumidor final”, explica.
Na feira agroecológica da Presidência da República, ele já tem sua clientela. Todas as quintas-feiras, a servidora Luciana Ramalho compra iogurte e queijo. “Prefiro por ser natural, sem conservantes e mais saboroso que o do mercado. Levo para os meus filhos por ser mais saudável”, afirma. Para o servidor José Parente Farias, a vantagem é comprar o produto fresco. “A gente sabe que é bom, com pouco sal”, diz ele.
Feirinhas como essa do Palácio do Planalto aproximam os produtores familiares do consumidor final. “A oportunidade que temos na Presidência é muito importante pra nós. Precisa que mais órgãos públicos abram as portas para mais feirinhas”, defende.
Clique aqui e veja as fotos da propriedade.
Reportagem Beatriz Evaristo
Fonte: Ascom/Consea