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Programa de Cisternas ganha prêmio entre melhores políticas do mundo contra secas
Mais de um milhão de unidades para captação de água já foram entregues a famílias ameaçadas pela seca no país, por meio desta política pública que vem sendo desenvolvida pelo governo federal, em parceria com a entidade Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA). Imagem: ASA
O Brasil acaba de ser premiado internacionalmente pela atuação do Programa Cisterna e Programa Nacional de Apoio à Colheita de Água de Chuva e Outras Tecnologias Sociais para o Acesso à Água. Nesta sexta-feira (20), o World Future Council, juntamente com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), divulgou a lista de ganhadores do Prêmio de Política para o Futuro de 2017.
Entre os selecionados, além do Brasil, estão Austrália, China, região de Tigray da Etiópia, Jordânia e Níger, que apresentaram uma lista das melhores políticas do mundo para combater a degradação do solo, um dos principais desafios da humanidade que prejudica a segurança alimentar, os meios de subsistência e a saúde de centenas de milhões de pessoas. No total, 27 políticas e iniciativas de 18 países foram nomeadas.
Para a secretaria-executiva do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (Consea-Ba), Márcia Dias, “o reconhecimento nos serve de estímulo para continuarmos acreditando e construindo um outro Semiárido possível, mesmo em meio às dificuldades conjunturais”. Mais de um milhão de unidades para captação de água já foram entregues a famílias ameaçadas pela seca no país, por meio desta política pública que vem sendo desenvolvida há 17 anos pelo governo federal, em parceria com a entidade Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA).
Este é um programa participativo, de baixo para cima, para fornecer água para consumo, para o cultivo de alimentos e manutenção de gado. Ele capacita milhões de pessoas pobres da região a controlar suas próprias necessidades, gerar renda e aumentar sua segurança alimentar.
Para o prêmio deste ano, o World Future Council uniu-se à UNCCD para destacar leis e políticas que contribuem de duas maneiras. Primeiramente, leis que protegem a vida e os meios de subsistência nas terras áridas. As terras áridas cobrem cerca de 40% da Terra e são extremamente vulneráveis à exploração excessiva, uso inadequado do solo e variabilidade climática. Estão entre as regiões mais propensas a conflitos e às secas do mundo.
Em segundo lugar, as leis que promovem o Objetivo 15 do Desenvolvimento Sustentável, meta 3, que é combater a desertificação, restaurar a terra e o solo degradados, incluindo as terras afetadas pela desertificação, a seca e as inundações, e se esforçar para alcançar um mundo sem degradação dos solos. A instabilidade política, o desmatamento, o sobrepastoreio e as más práticas de irrigação podem contribuir para a desertificação.
Plenária do Consea
A próxima reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que será realizada em 16 de agosto, terá a água como tema central das análises, discussões e deliberações. A plenária vai reforçar o conceito de água como direito humano, e não mera mercadoria.
Em setembro de 2015, em etapa preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Consea promoveu em São Paulo (SP) um encontro temático sobre a água. O encontro abordou a “relação entre o direito humano à água e o direito humano à alimentação adequada, considerando os avanços realizados na promoção do acesso à água, no contexto das políticas de promoção da segurança alimentar e nutricional”.
Fonte: Ascom/Consea