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OMS diz que Brasil é 1º país a assumir compromissos com Década de Ação em Nutrição
Publicado em
23/05/2017 19h42
Atualizado em
01/07/2024 09h03
O site da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (22) que o Brasil tornou-se o primeiro país a se comprometer formalmente com metas específicas para a Década de Ação em Nutrição da ONU, durante a Assembleia Mundial da Saúde, realizada em Genebra (Suíça).
Oleg Chestnov, diretora-geral assistente para Doenças não transmissíveis da OMS, afirmou na ocasião “A parte mais importante da Década da Nutrição é a ação. E o Brasil é o primeiro a fazer compromissos Smart [sigla em inglês para específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com prazo]. Esperamos que vários outros sigam o exemplo”.
Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da OMS nas Américas, destacou que as doenças não-transmissíveis, como muitas que decorrem da obesidade e sobrepeso, tornaram-se a maior causa de mortes prematuras nas Américas. “Eu espero que outros países da região sigam o Brasil e deem passos para implementar esses tipos de ações. Estou orgulhosa de que a região das Américas esteja tomando a liderança na Década de Ação em Nutrição. A Opas e a OMS estão prontas para ajudar a implementar esses compromissos”, declarou.
Assembleia
Na presente assembleia será eleito o novo diretor do Conselho Executivo da OMS. Em janeiro, a organização selecionou três candidatos para concorrer ao cargo: o assessor especial do primeiro-ministro da Etiópia, Tedros Adhanom; a ex-ministra de Saúde do Paquistão, Sania Nishta; e o assessor especial do Secretário-geral das Nações Unidas, o britânico David Nabarro.
O evento segue até 31 de maio e abordará temas como sistemas de saúde, obesidade, emergências em saúde, doenças transmissíveis, entre outros. O encontro reúne os 194 países membros da OMS, para debater prioridades emergentes da saúde mundial.
Metas e propostas
Confira abaixo três principais compromissos assumidos pelo Brasil a serem alcançados até 2019:
1) Deter o crescimento da obesidade na população adulta por meio de políticas de saúde e segurança alimentar e nutricional;
2) Reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta.
3) Ampliar em no mínimo 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
Para atingir essas metas, o ministro da Saúde brasileiro, Ricardo Barros, informou que o país tomará diversas iniciativas, entre elas medidas fiscais (reduções de impostos e criação de subsídios) que reduzam o preço de alimentos frescos; crédito para a agricultura familiar; e concessão de benefícios a pessoas de baixa renda para que possam comprar alimentos frescos.
Segundo o Ministério da Saúde, o governo brasileiro também se comprometeu a oferecer refeições mais saudáveis e educação nutricional a crianças nas escolas públicas, bem como a aumentar a compra de produtos da agricultura familiar por parte do poder público. Novos materiais educativos sobre alimentação saudável serão desenvolvidos e distribuídos à população, professores e trabalhadores.
Outra medida importante que deve ser tomada é a redução da quantidade de sal e açúcar em alimentos processados, bem como a revisão da política de regulação de embalagens, de modo que as quantidades de açúcar sejam apresentadas em destaque na área frontal. Também será regulada a promoção de alimentos e bebidas para crianças, além de restringidas a venda e a propaganda de produtos processados em ambientes de saúde e de educação, assim como em repartições públicas.
O Brasil se comprometeu ainda a tomar medidas para promover a amamentação por meio das unidades básicas de saúde, aumentar o número de unidades para prática de atividades físicas e melhorar o acesso ao cuidado de pessoas com sobrepeso ou obesidade.
A Década da Nutrição, proclamada pela Assembleia Geral da ONU em abril de 2016, é uma estrutura para a criação de compromissos, acompanhamento de progressos e reforço da prestação de contas mútua em conformidade com a linha global de metas de nutrição.
Fonte: Ascom/Consea com informações da OMS